terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Sionismo e a América Latina

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O Sionismo e a América Latina

De: Centro de Midia Independente

Sionismo e Terrorismo andam juntos

Sionismo e Terrorismo andam juntos

O Estado de Israel está buscando transformar a America Latina em plataforma para suas políticas de intervenção e limpeza étnica.

Além de assessoria militar a regimes golpistas e ditatoriais, o sionismo vem arregimentando a mídia da região. A recente visita do presidente da República Islãmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, foi uma prova disso. A chamada “grande imprensa” brasileira, praticamente uníssona criticou a visita e parlamentares de direita inclusive fizeram questão de tirar uma casquinha na onda da mídia.

Parecem ter seguido um script escrito por Tel Aviv. E, como dizia o célebre e saudoso jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”.

Nesta esclarecedora entrevista com Sergio Yahni, diretor do Centro de Informação Alternativa de Jerusalém, desvendamos a ação insidiosa dos agentes do sionismo no continente. E o perigo que ela representa para a soberania das nações latino-americanas, para o direito dos povos e as liberdades democráticas. A entrevista foi feita por Catherine Hernandez, William Urbina e Bashir Ahmed, da Rádio Guiniguada.

PerguntaO golpe em Honduras e a instalação de sete novas bases militares norteamericanas na Colômbia evidenciam uma escalada de agressões contra os processos de libertação que estão ocorrendo na América Latina. Como você interpreta essa situação?

Sergio Yahni: O Centro de Informação Alternativa, que é uma organização palestino israelense, se solidariza com os povos da América Latina em sua luta, e também vemos em sua evolução social e política um lugar de esperança não só para a América Latina, mas também para nós, já que o conflito na América Latina contra o Império e o conflito que está ocorrendo no Oriente Médio estão estruturalmente relacionados.

Não se trata apenas de métodos violentos, mas também de métodos que já haviam sido experimentados aqui no Oriente Médio pela ocupação. Então por isso eu digo que nós estamos falando de uma relação estrutural, tanto pela opressão imperialista militar, quanto pela resistência, não é uma mera relação causal.

O que acontece é que a ocupação da Palestina e os conflitos causados pelas forças armadas de Israel tornaram-se um laboratório para experiências em tecnologias militares e táticas que mais tarde também se implementam na América Latina, por exemplo, as mesmas tecnologias de armas sem pessoas, aviões sem pessoas, tanques sem pessoas, e assim por diante, que o Império começa a utilizar na América Latina e são utilizados e experimentados aqui no Oriente Médio, especialmente na Faixa de Gaza contra o povo palestino; esse é um elemento.

O outro elemento é que o exército de Israel e as empresas privadas criadas por generais e coronéis israelenses já intervêm diretamente na América Latina auxiliando a repressão, tanto como instrutores (dando treinamento militar) ou mesmo atuando diretamente.

P: Pelo menos há dois anos sabe-se que os líderes sionistas exportam seu modelo macabro para a Colômbia (Plano Colômbia), mas agora esta presença é descoberta e essa informação é tratada com mais força por causa do que está ocorrendo em Honduras. Que visão vocês têm sobre esse assunto?

SY: Já vimos claramente essa relação na operação que assassinou Raúl Reyes. Vimos que era uma tática clássica do exército israelense a operação militar na Colômbia que assassinou Reyes e, em seguida, toda a propaganda do famoso computador de Reyes. Foram táticas utilizadas aqui anteriormente, e vinham com a assinatura do exército israelense.

Aparentemente, os assassinos de Reyes foram treinados por oficiais israelenses que não foram responsáveis pela operação em si, e também é claro o contato direto do comerciante de armas do exército de Israel, tanto com os paramilitares na Colômbia, como com o governo da Colômbia, não poderia se nomeado: o coronel Yair Klein, que já é um histórico vendedor de armas, principalmente para os paramilitares na Colômbia.

O grande assunto no momento é a situação de Honduras, onde há uma antiga intervenção israelense na América Central, com a presença de oficiais israelenses ativos ou aposentados, que vem da época da revolução nicaragüense, onde havia um coronel israelense, juntamente com Somoza.

Sabemos agora das armas israelenses em Honduras, sabemos que Israel está treinando o exército hondurenho, mas também devemos ter em mente que estamos falando de questões secretas, que nenhum jornal publicou, e por isso sequer estamos tendo o princípio da informação.

P: Que informações vocês têm sobre o papel que jogam estas “empresas de segurança” israelenses com os EUA e a estratégia do governo de Israel?

SY: Existem diferentes níveis que haveríamos de analisar. O primeiro é de nos perguntarmos porque é uma empresa privada, e não diretamente o Estado, e isso tem muito a ver com uma política de ideologia neoliberal, que envolve a privatização de tudo. Temos visto que os bens sociais foram privatizados na América Latina e em todo o mundo, e o último bem social que privatizaram, e isso é latente na guerra do Iraque, são os exércitos.

Estamos em um processo no qual, para o capitalismo e o imperialismo, sai mais barato empregar forças de segurança privadas, do que um exército nacional. Por isso Israel, que está na vanguarda do neoliberalismo, adotou a tática de privatizar a
exportação de tecnologias militares.

Voltando ao caso da Colômbia, que é onde temos mais informações, sabemos que a empresa privada que treinou o exército colombiano para matar Reyes recebeu 10 milhões de dólares para essa operação, e eu estou falando sobre o material que já foi publicado em Israel.

Inicialmente, a Colômbia tinha vindo ao serviço secreto de Israel, o Mossad, para pedir ajuda, e lhes deram o contato com empresas privadas, de pessoas que também fazem esses serviços para o Mossad. Este é o primeiro elemento que devemos levar em conta, estamos falando de um sistema complexo onde a ideologia neoliberal está intervindo.

O segundo elemento é que Israel historicamente – e quando eu digo que historicamente poderíamos voltar para os anos 60, e especialmente para os 70 – é um fornecedor de trabalhos sujos para os EUA. Por razões políticas e outras, há coisas que os EUA não podem fazer, e é aí que começa o papel de Israel, subempreiteiro, e vimos isso em tudo o que conhecemos como América Latina, África e Ásia, onde o Estado de Israel, como um Estado em primeiro lugar, e mais tarde como empresas privadas, tem feito o trabalho sujo.

Quando Somoza era indefensável estavam lá os israelenses para defendê-lo. Em casos como quando havia que dar apoio militar a grupos paramilitares na Colômbia, ali estavam as empresas israelenses para vender armas, pois era algo que os EUA por suas próprias razões e interesses não podiam fazer. Israel aparece como um sub-contratante que trabalha para os EUA.

Agora, temos que levar em conta que devemos olhar as coisas de uma perspectiva de resistência. Perceber que existem contradições e depois ver como podemos usar essas contradições. Porque se Israel é uma empresa subcontratada, dependente dos trabalhos que lhe incubem os EUA, ela também tem seus próprios interesses, e que em muitos casos, vemos que Israel tenta vender armas e treinamento além dos limites que os EUA já tinham delimitado.

Por isso temos que usar duas coisas a partir da perspectiva da resistência:

1) Utilizar essa contradição;

2) No caso de Israel, que está fazendo o trabalho sujo, é muito importante continuar as campanhas de boicote, em especial com a questão da venda de armas israelenses na América Latina. Porque, por exemplo, é inadmissível que estas empresas de segurança, que estão matando pessoas na América Central, ou fazem parte do paramilitarismo na Colômbia, recebam contratos nacionais com o Brasil ou a Argentina. Por isso devemos começar a mobilizar as pessoas para expulsar as forças de segurança de Israel.

P: Em relação à Venezuela, é pautada por Dani Ayalón (ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel) uma base iraniana na América Latina. Qual é a visão que você tem da Venezuela a partir da perspectiva da resistência?

SY: O Estado de Israel vê a Venezuela como parte do eixo do mal, simplesmente. Israel tem seu interesse concreto no Oriente Médio, e está em desacordo com o Irã, porque o Irã tornou-se uma base de resistência ao imperialismo na região, que não é um estado pequeno, é um Estado com capacidade militar para opor-se ao que Israel faz; poderia pôr em perigo a Israel, e é por isso que Israel está tentando isolar o Irã, mas a
Venezuela rompe o isolamento do Irã e assim se torna um inimigo das políticas de Israel, porque a Venezuela não é apenas a Venezuela: é a Alba, são as relações com a América Latina, e também com o Brasil; e o Brasil mantém relações com o Irã, e isso quebra a estratégia de Israel de isolar o Irã.

veja também:

– O Sionismo e o Brasil: parceiros?
Fotos do infanticídio cometido pelos invasores sionistas


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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um ano após ‘crise financeira’, bancos estabelecem recorde de lucros nos estados unidos

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Um ano após ‘crise financeira’, bancos estabelecem recorde de lucros nos estados unidos

16 de Janeiro de 2010  |  de New York Times e France Presse, em Nova York

A Instituição financeira JPMorgan Chase 23 anos após sua fundação, em 1986, comemora recorde. Empresa cresceu bastante com a compra do Bearn Sterns, Washington Mutual entre outros durante a ‘crise financeira’ nos Estados Unidos, em 2009.

Capitalismo

JPMorgan Chase Earns $11.7 Billion in Year

Published: January 15, 2010

JPMorgan Chase kicked off what is expected to be a robust — and controversial — reporting season for the nation’s banks Friday with news that its profits and pay for 2009 soared.

In a remarkable rebound from the depths of the financial crisis, Morgan earned $11.7 billion last year, more than double its profit in 2008. The bank earned $3.3 billion in the fourth quarter alone.

Overall, JPMorgan said 2009 net income rose to $2.26 a share. That compares to profit of $5.6 billion, or $1.35 a share, during 2008 when the panic gripped the industry. Revenues grew to a record $108.6 billion, up 49 percent.

The strong results — coming a day after the Obama administration, to howls from Wall Street, unveiled its plans to tax big banks to recoup some of the money the government expects to lose from bailing out the financial system — underscored the gaping divide between the financial industry and the many ordinary Americans who are still waiting for an economic recovery. Over the next week or so, Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs and Morgan Stanley are expected to report similar surges in pay when they release their year-end numbers.

In a statement Friday, the chairman and chief executive of JPMorgan, Jamie Dimon, struck a cautious tone . “We are gratified that we generated earnings of $3.3 billion for the fourth quarter and nearly $12 billion for the year,” Mr. Dimon said. “Though these results showed improvement, we acknowledge that they fell short of both an adequate return on capital and the firm’s earnings potential.”

As it did throughout 2009, JPMorgan Chase pulled off a profit in the fourth quarter after a solid trading performance helped offset large consumer losses. The bank set aside another $1.9 billion to its consumer loan loss reserves — a hefty sum but a smaller amount than future quarters.

JPMorgan has emerged from the crisis with renewed swagger. Unlike several other banking chiefs, Mr. Dimon has emerged with his reputation relatively unscathed. Indeed, he is regarded both on Wall Street and in Washington as a pillar of the industry. On Wednesday on Capitol Hill, during a hearing of the government panel charged with examining the causes of the financial crisis, Mr. Dimon avoided the grilling given to Lloyd C. Blankfein, the head of Goldman Sachs. Mr. Dimon was also the only banker to publicly oppose the administration’s proposed tax on the largest financial companies.

Inside NYTimes.com

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Marco da crise, quebra do Lehman Brothers vai completar um ano

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da France Presse, em Nova York | 09/09/200912h27

Há um ano, as finanças americanas viram suas bases sofrer uma verdadeira implosão com a inesperada crise dos empréstimos imobiliários de alto risco, a quebra de símbolos nacionais como os bancos Lehman Brothers e Merrill Lynch e a busca desesperada por nacionalizações de emergência.

Relembre declarações varridas pela crise econômica
Um ano depois de Lehman Brothers, regulação continua fraca
Cronologia da crise econômica que abalou os mercados pelo mundo

Na memória coletiva, a arquitetura financeira que inspirou os mercados mundiais com seu modelo desabou como um castelo de cartas em setembro de 2008.

“Não houve catalisador, mas um amplo movimento de pânico”, explicou Cary Leahey, economista da Decision Economics.

O apetite exagerado das finanças americanas nos últimos anos pelos “subprimes” e as aplicações atreladas a créditos imobiliários de alto risco com rendimentos potencialmente muito elevados desencadearam a destruição do setor assim que o mercado imobiliário despencou.

Pouco conhecidas do grande público, Freddie Mac e Fannie Mae, as duas instâncias que garantiam o essencial do refinanciamento dos estabelecimentos que oferecem créditos hipotecários, foram colocadas sob tutela do Estado em 7 de setembro com uma injeção de 200 bilhões de dólares de fundos públicos.

Isso foi apenas o começo.

“No espaço de três dias, o Lehman Brothers pediu concordata, o líder dos seguros AIG foi assumida pelo governo americano, e um dos ícones de Wall Street, Merrill Lynch, foi absorvido pelo Bank of America através de um acordo negociado e financiado por Washington”, lembrou Jeffrey Sachs, professor de economia na Universidade de Columbia.

Dias mais tarde, os dois últimos bancos de negócios americanos, Goldman Sachs e Morgan Stanley, renunciaram a seu status para adotar o de simples holding bancária, tornando-se alvos do estrito controle das autoridades do setor para poder ter acesso aos financiamentos públicos.

O banco JPMorgan comprou, com apoio de Washington, o Washington Mutual, maior banco de depósitos a falir na história dos EUA.

O Citigroup, que dominava o banco mundial havia uma década, ficou isolado e pressionado por centenas de bilhões de dólares investidos em aplicações de risco, cujo valor foi reduzido a zero.

Sua sorte será condenada nos próximos meses: ele passará por recapitalizações sucessivas pelo Estado, que garantirá também 300 bilhões de dólares de seus ativos tóxicos em troca de uma maioria de controle de 36%.

Lehman Brothers

Na manhã de 15 de setembro de 2008, uma segunda-feira, o respeitado banco de negócios Lehman Brothers, então o quarto maior dos Estados Unidos, surpreendeu o mundo ao anunciar sua quebra após um fim de semana de discussões de urgência, provocando uma onda de choque da dimensão de uma crise financeira planetária.

A falência do estabelecimento, de 158 anos de idade, foi precipitada por sua incapacidade de se refinanciar após a crise dos “subprimes” e do crédito.

O Lehman foi, na realidade, incapaz no início de setembro de levantar fundos no mercado.

A esta altura, sua valorização na Bolsa despencou 90% em um ano, a US$ 2,5 bilhões: menos do que valia o Bear Stearns quando este outro pilar de Wall Street foi resgatado da falência, em março de 2008, através de sua compra pelo JPMorgan com apoio de Washington.

Na sexta-feira anterior, dia 12, o Lehman caiu 13,5% na Bolsa de Nova York. Na Casa Branca, o Tesouro “avisou que acompanharia de perto os mercados e ficaria em contato com seus autores”.

Tim Geithner, enquanto presidente do Federal Reserve de Nova York, reuniu os principais banqueiros do mercado para discutir o destino do Lehman. Participaram também os responsáveis do Tesouro e do regulador da Bolsa SEC.

Os possíveis compradores estavam convencidos. O Bank of America preferiu comprar um outro banco de negócios de Wall Street, o Merrill Lynch. O banco britânico Barclays deu sinais de sufoco e pediu ajuda federal, apesar do plano Bear Stearns.

A SEC afirmou que a meta era de “proteger os clientes do Lehman e manter a ordem nos mercados”.

Mas o ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, sempre muito escutado, declarou que não era preciso proteger todos os grandes bancos.

‘A falência de um grande banco em si não é um problema”, disse. “Tudo depende como a liquidação é feita”, acrescentou.

As negociações terminaram pouco depois de 1h da manhã de segunda-feira. Imediatamente, o Lehman pediu concordata no tribunal de Nova York.

Empregados ainda chocados com a notícia foram à sede do banco, em pleno coração de Manhattan, enfrentando multidões de fotógrafos e jornalistas.

Em plena campanha presidencial, os políticos se mostravam seguros.

O presidente George W. Bush se disse confiante na flexibilidade e na resistência dos mercados financeiros e em sua faculdade de enfrentar estes ajustes.

O secretário do Tesouro, Henry Paulson, considerou o sistema bancário “sadio” e tranquilizou os americanos sobre a garantia de suas contas.

Mas o candidato democrata Barack Obama criticou os oito anos dos republicanos no poder, dizendo que eles levaram os EUA à crise mais grave desde à Grande Depressão e defendendo uma regulamentação que protegesse investidores e consumidores.

Seu adversário republicano John McCain, fiel a seu credo liberal, comemorou ao contrário que o Federal Reserve e o departamento do Tesouro tivessem garantido que não utilizariam o dinheiro do contribuinte para dar liquidez ao Lehman”.

“Não temos poder necessário para fazer isso”, disse um mês mais tarde Henry Paulson.

Então, diante do pânico dos mercados mundiais provocado pelo abandono do Lehman, as autoridades mudaram de ideia: em 16 de setembro, elas nacionalizaram de fato a seguradora AIG para evitar sua falência, com uma série de intervenções ao capital do estabelecimento financeiro. Leia o texto completo »

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Como VEJA está depredando o jornalismo

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Como VEJA está depredando o jornalismo

Marabá, 12 de janeiro de 2010 |

veja que mentira

veja que mentira

Nota do MST-PA sobre reportagem publicada na revista Veja da primeira semana do ano de 2010.

1- O MST do Pará esclarece que não tem nenhuma fazenda ocupada no município de Tailândia, como afirma a reportagem da Revista Veja “Predadores da floresta” nesta semana. Não temos nenhuma relação com as atividades nessa área. A Veja continua usando seus tradicionais métodos de mentir e repetir mentiras contra os movimentos sociais para desmoralizá-los, como lhes ensinou seu mestre Joseph Goebbels. A reportagem optou por atacar mais uma vez o MST e abriu mão de informar que o nosso movimento não tem base social nesse município, dando mais um exemplo de falta de respeito aos seus leitores.

2- A área mencionada pela reportagem está em uma das regiões onde mais se desmata no Pará, com um índice elevado de destruição de floresta por causa da expansão do latifúndio e de madeireiras. Em 2007, a região de Tailândia sofreu uma intervenção da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, e latifundiários e donos de serrarias foram multados pelo desmatamento. Os madeireiros e as empresas guseiras estimulam o desmatamento para produzir o carvão vegetal para as siderúrgicas, que exportam a sua produção. Por que a Veja não denuncia essas empresas?

3- Na nossa proposta e prática de Reforma Agrária e de organização das famílias assentadas, defendemos a recuperação das áreas degradas e a suspensão dos projetos de colonização na Amazônia. Defendemos o “Desmatamento Zero” e a desapropriação de latifúndios desmatados para transformá-los em áreas de produção de alimentos para as populações das cidades próximas. Também defendemos a proibição da venda de áreas na Amazônia para bancos e empresas transnacionais, que ameaçam a floresta com a sua expansão predatória (como fazem o Banco Opportunity, a Cargill e a Alcoa, entre outras empresas).

4- A Veja tem a única missão de atacar sistematicamente o MST e a organização dos camponeses da Amazônia, para esconder e defender os privilégios dos verdadeiros saqueadores das riquezas naturais. Os que desmatam as florestas para o plantio de soja, eucalipto e para a pecuária extensiva no Pará não são os sem-terra. Esse tipo de exploração é uma necessidade do modelo econômico agroexportador implementado no Estado, a partir da espoliação e apropriação dos recursos naturais, baseado no latifúndio, nas madeireiras, no projeto de exportação mineral e no agronegócio.

5-Por último, gostaríamos de comunicar à sociedade brasileira que estamos construindo o primeiro assentamento Agroflorestal, com 120 famílias nos municípios de Pacajá, Breu Branco e Tucuruí, no sudeste do Estado, em uma área de 5200 hectares de floresta. Nessa área, extraímos de forma auto-sustentável e garantimos renda da floresta para os trabalhadores rurais, que estão organizados de maneira a conservar a floresta e o desenvolvimento do assentamento.

DIREÇÃO ESTADUAL DO MST DO PARÁ

Marabá, 12 de janeiro de 2010

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Relatório diz que soldados mataram 150 civis e estupraram mulheres no gramado durante ato pacífico há 3 meses na Guiné

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for english:
The Guardian UK   ,    Radio France Internationale


Massacre e e estupros contra população de Guiné, há 3 meses

Massacre e e estupros contra população de Guiné, há 3 meses

Massacre em estádio permitido por governo golpista de Guiné, na África

Relatório diz que soldados mataram 150 civis e estupraram mulheres no gramado durante ato pacífico há 3 meses na Guiné

de: Jamil Chade no O Estado de S. Paulo

Guiné, na África

Guiné, na África

Relatório diz que soldados mataram 150 civis e estupraram mulheres no gramado durante ato pacífico há 3 meses na Guiné

No momento em que o continente africano se prepara para receber, pela primeira vez, uma Copa do Mundo, investigações realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por uma ONG independente comprovam que um estádio de futebol foi usado, há três meses, para perpetuar um massacre que pode ter deixado até 200 mortos. A matança ocorreu em Conacri, capital da Guiné – ex-colônia francesa de 10 milhões de habitantes situada no oeste africano. O estádio da capital foi invadido por soldados do Exército durante um protesto pacífico, convocado por civis, pedindo democracia. Além de abrir fogo contra a multidão, soldados estupraram mulheres no gramado e executaram civis nos vestiários e até nas arquibancadas.

A porta-voz da ONU, Helena Ponomareva, confirmou na semana passada em Genebra que há indicações de envolvimento oficial do Exército no massacre. Segundo ela, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, está a par da investigação e deve anunciar medidas nos próximos dias. De acordo com o relatório, o governo tentou camuflar o massacre, retirando dezenas de corpos do estádio.

Lamsana Comté

Lamsana Conte, ditador assasinado em dezembro de 2008

Guiné vive uma das ditaduras militares mais violentas do continente africano. O líder da junta que comanda o país, capitão Moussa Dadis Camara, é conhecido por sua truculência. Ele tomou o poder em dezembro do ano passado, após a morte do presidente Lansana Conte – um general que governava Guiné desde 1984.

Camara, acenando ao meio

Camara, acenando ao meio

Camara, o atual ditador, foi baleado há duas semanas por seu principal assessor, Abubakar Toumba Diakite, que fugiu. O líder da junta sobreviveu, mas foi seriamente ferido. A rádios francesas, Diakite explicou que atirou em Camara para tentar se defender do que ele acredita ser uma campanha do presidente para jogar nele a responsabilidade pelo massacre no estádio de Conacri.

O protesto que gerou a matança ocorreu em 28 de setembro e foi convocado como uma grande festa cívica pela volta da democracia. O estádio estava lotado quando um grupo de soldados entrou em campo atirando e batendo em quem encontrava pela frente.

A organização de direitos humanos Human Rights Watch calcula em 200 o número de mortos. Em novembro, uma equipe da ONU viajou para a capital de Guiné e fez um minucioso levantamento. De acordo com suas investigações, os mortos chegariam a 150. A junta militar que governa o país admite apenas 57 mortes – “todas geradas por confrontos entre soldados e bandidos”, segundo comunicado oficial.

Mas as investigações reforçam a certeza de que a repressão ocorreu sem qualquer resistência. Pessoas foram achadas fuziladas debaixo dos assentos nas arquibancadas, dentro dos vestiários e nos corredores do estádio.

Enquanto civis eram baleados, mulheres foram levadas até o gramado do estádio e estupradas pelos soldados diante da multidão, enquanto recebiam socos e pontapés. A Human Rights Watch não sabe quantas mulheres teriam passado por tal humilhação de forma pública. A ONG revela ter conseguido entrevistar 28 mulheres que admitiram ter sofrido os abusos no interior do estádio.

Os relatos das vítimas são aterradores. Algumas revelam terem sido estupradas mais de uma vez por grupos de homens no gramado. Segundo os documentos da Human Rights Watch, pelo menos quatro mulheres foram baleadas após sofrerem abuso sexual. Outras ainda foram violadas com baionetas e rifles. Há até o caso de uma mulher baleada na vagina.

“Os abusos cometidos na Guiné não foram ações de soldados indisciplinados, como o governo pretende alegar”, afirmou o representante da Human Rights Watch, Peter Bouckaert. “Foram ações premeditadas e a cúpula do governo sabia o que iria ocorrer”, acrescentou.

veja também:

Calls by opposition, civil society to prosecute killers

Article published on the 2009-10-0

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Romênia celebra 20 anos de revolução que derrubou o ditador Ceausescu

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Romênia celebra 20 anos de revolução que derrubou o ditador Ceausescu

16/12/2009     |  da Associated Press, em Timisoara

Ao som músicas natalinas, romenos homenagearam nesta quarta-feira os manifestantes que tomaram as ruas da cidade de Timisoara, há 20 anos, desencadeando a revolução que tirou do poder o ditador mais repressivo do bloco comunista do Leste Europeu.

As manifestações começaram quando os moradores reuniram-se à defesa de um pastor dissidente de etnia húngara étnica que estava sendo ameaçado de transferência forçada, o que levou a uma rápida escalada de confrontos com a polícia.

No dia seguinte, a polícia, unidades do Exército e dos serviços secretos começaram a disparar contra os manifestantes, dando início a seis dias de combates, que posteriormente se espalharam para a capital, Bucareste, e levaram à derrubada do líder comunista Nicolau Ceausescu. Mais de mil pessoas morreram na única revolta violenta entre as revoluções que varreram do poder os comunistas no leste da Europa Oriental há duas décadas.

Revolução Romena em 1989

Revolução Romena em 1989

Apenas em Timisoara, 118 pessoas foram mortas. O prefeito de Timisoara, Gheorghe Ciuhandru, disse a um grupo de veteranos revolucionários que a cidade, perto da fronteira ocidental da Romênia com a Hungria e a Sérvia, deveria estar orgulhosa do levante que começou no local. “Para aqueles que nasceram livres, eu digo que as coisas foram mudadas nesta revolução. Temos liberdade de expressão, liberdade de movimento e o direito à propriedade privada”, disse o prefeito. No entanto, ele disse que 20 anos depois de Ceausescu ter sido deposto e executado, a Romênia é “marcada por mentiras, manipulação, ódio […] e pobreza generalizada”, referindo-se a uma recessão profunda e à recente eleição presidencial disputada em um clima amargo. Músicos de teatros locais apresentaram uma mistura de músicas natalinas e música popular romena em um pequeno concerto com a participação do ex-presidente Emil Constantinescu (1996 -2000). “Estou aqui por aqueles que lutaram e morreram pelos ideais que mudaram vidas na Romênia e escreveram uma página de heroísmo na história da Romênia”, disse Constantinescu. “Em Timisoara, houve uma revolução completa e eu permanecerei fiel a esses princípios para o resto da minha vida.” A revolta começou no dia 16 de dezembro de 1989, quando as autoridades tentaram forçar o pastor Laszlo Toekes a transferir-se para uma paróquia rural remota. Manifestantes se reuniram em frente à casa dele e logo o local estava repleto de pessoas. Ceausescu e sua mulher Elena foram executados após um julgamento sumário no dia de Natal. Seu governo brutal foi sustentada pelo serviço Securitate, que tinha um exército de cerca de 700 mil informantes –cerca de 1 em cada 20 romenos–para reprimir dissidentes durante 25 anos de regime severo. Perto do fim da era Ceausescu, os romenos sofreram com o racionamento severo em que mesmo as bananas e laranjas tornaram-se artigos de luxo, enquanto o ditador tentava pagar a dívida externa do país.

Hoje, a Romênia ainda está afligida por dívidas –com as obrigações estrangeiras de quase 78 bilhões de euros. Embora tenha aderido à União Europeia em 2007, o país continua com graves problemas, atormentado pela corrupção, atolado em uma recessão profunda e paralisada por disputas políticas internas. O Tribunal Constitucional confirmou nesta quarta-feira a reeleição do presidente Traian Basescu após um atraso devido a alegações da oposição de que a votação de 6 de dezembro foi fraudada. O Partido Social Democrata afirmou ter evidências de fraude na votação e compra de votos em larga escala e pediu que novas eleições fossem realizadas.

Basescu venceu por uma pequena margem o ex-ministro das Relações Exteriores, Mircea Geoana. Geoana reconheceu a derrota na segunda-feira, mas prometeu continuar a investigar as supostas fraudes. “Meu objetivo é ser um presidente melhor do que fui”, disse Basescu nesta quarta-feira, em um reconhecimento das amargas disputas políticas dos últimos anos. “Meu principal objetivo é que cada romeno tenha a sensação de que o presidente é o seu presidente, independentemente de em quem tenha votado.”

A decisão Justiça trouxe alguma estabilidade para a Romênia, que está sem um governo efetivo desde 13 de outubro, quando o gabinete foi rejeitado pelo Parlamento em um voto de desconfiança. Em meio à incerteza, uma delegação do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da Comissão Europeia chegou à Romênia nesta semana para discutir um empréstimo de 1,5 bilhão de euros para o país, que havia sido suspenso devido à crise política.

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ROMANIA ANNIVERSARY

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Resolução 1701 da ONU determina que Israel se retire dos territórios que mantém ocupados

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Presidente do Líbano pede que Israel respeite resolução 1701 da ONU e se retire dos territórios que mantém ocupados

da Efe, em Washington

O presidente americano, Barack Obama, recebeu nesta segunda-feira pela primeira vez seu colega libanês, Michel Suleiman, com quem concordou na necessidade de levar a paz à região, mas teve divergências em relação a Israel.

Para Obama, o Líbano é “um parceiro crítico em uma região crítica”, mas nem por isso “o presidente Suleiman e eu temos que concordar cem por cento em como Israel, Líbano, os palestinos e a Síria interagem”.

Em um breve comparecimento diante da imprensa, Suleiman disse que conversou com o presidente americano sobre “as ameaças que Israel está exercendo contra o Líbano” e como está pondo obstáculos ao seu desenvolvimento econômico.

Suleiman reconheceu que tinha pedido a Obama o apoio dos Estados Unidos para implementar a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que deu fim à guerra de 2006 com Israel.

“Pedimos a Obama e aos EUA para que exerçam mais pressão sobre Israel para que a resolução 1701 seja implantada e se retire dos territórios que mantém ocupados”, afirmou Suleiman, em referência a algumas regiões do sul do Líbano.

Obama concordou com o presidente libanês quanto à necessidade de implementar esta resolução que continua “incompleta”.

No entanto, o presidente americano quis deixar clara sua preocupação com a grande quantidade de “armas que estão entrando como contrabando no Líbano e que podem ser utilizadas como uma ameaça contra Israel”.

“Acho que é do interesse das duas partes que sejam tomadas medidas para frear este contrabando”, disse Obama.

Embora o presidente americano tenha reconhecido que os dois países divergem neste assunto, afirmou que ambos “compartilham o compromisso para resolver as questões mediante o diálogo e a negociação, e não com a violência”.

Michel Suleiman também se reuniu hoje com o vice-presidente dos EUA, Joseph Biden.

No encontro, segundo a Casa Branca, Biden transferiu ao presidente libanês o apoio à soberania e à independência do Líbano e o desejo de que a paz no Oriente Médio não se produza às custas do país.

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Transferida Festa do PT Paraná

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11/12/2009 — de PT Paraná

Transferida Festa do PT Paraná

O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores adiou a festa de aniversário devido à indisponibilidade na agenda de Dilma Roussef.
A ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef antecipou sua ida à Copenhague na COP 15 – Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas -, em que chefia a delegação brasileira. Foi solicitado então que o PT do Paraná transferisse o evento para uma nova data que possibilitasse sua participação.

A direção do PT do Paraná informa que a festa será realizada em fevereiro juntamente com as comemorações dos 30 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores e o lançamento do livro do Projeto Memórias.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Squat parties: em Londres, em Curitiba

Squat parties: em Londres, em Curitiba

www.technocwb.tk  |  07 de Dezembro de 2009

Termo que se tornou comum na Inglaterra, “squat party” refere-se a festas realizadas em espaços abandonados da cidade. Geralmente divulgadas apenas no boca-a-boca e com mençoes em panfletos, as festas podem ser encontradas também na internet, tudo para despistar possiveis presenças ‘indesejáveis’. Com as squats locais antes sem nenhum fim mostraram-se centros sociais e culturais interessantes.

Em Londres a maioria das ‘squats’ acontece em áreas industriais, como East London, onde galpões oferecem o cenário ideal para as festas além de chamar menos atenção da vizinhança. Na Inglaterra as leis quanto a esse tipo de manifestação cultural em locais públicos ou abandonados é menos repressiva, e há muitos ‘squatters’, sem-teto que se abrigam nestes locais.

"Caminhão estacionado em frente a entrada de squat party, debaixo dos trilhos do trem" em Vauxhall, Londres"

"Caminhão estacionado em frente a entrada de squat party, debaixo dos trilhos do trem" em Vauxhall, Londres"

Já em Curitiba, é possível encontrar, mesmo que de maneiras isoladas, manifestações como as squat em Curitiba. Olhando para as squats, nesse sábado o ‘Coletivo Acid Eaters Techno Por Diversão’ promove sua décima quinta edição onde busca-se recriar essa atmosfera, porém de maneira legal até porque sabe-se como é a ação da polícia quando há ocupação de espaços ociosos na cidade, com muita violencia.

Segundo o coletivo, a festa terá a atmosfera das squats. No centro da cidade, num local inusitado, diferente e que você nunca saiu pra curtir antes. “Se algumas festas em clubs são underground, então sábado vamos ter o under-underground!” brinca Nazen, um dos organizadores. O line up da ACID XMAS terá 6 djs, são eles: Singular, Gromma, Loo Massami, Rafael Araujo, Fabio Vieira aka Binho e Rafinha Rossi

Informações da festa somente no site www.technocwb.tk e claro, no boca-a-boca.


Serviço:


evento:   ACID XMAS – a hell of a party

djs:       Singular, Gromma, Loo Massami, Rafael Araujo, Fabio Vieira aka Binho e Rafinha Rossi

info: www.technocwb.tk 88020304

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Problema: As laranjas ou os Laranjas?

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www.nazen.tk  |  27 de Outubro de 2009

Problema: As laranjas ou os Laranjas?

Leia abaixo respota de Gilmar Mauro, da Direção Estadual do MST em São Paulo, à crítica contundente expressada pela imprensa nacional ao episódio da ‘derrubada dos pés de Laranja’ em Fazenda paulista. O grande ‘detalhe’  não mencionado na imprensa é que tal fazenda é grilagem de terras públicas.

*Na região de Capivari, interior de São Paulo, quando alguém exagera, tem uma expressão que diz: “Pare de Show“!* É patético ver Senadores(as), Deputados(as) e outros tantos “ilustres” se revezarem nos microfones em defesa das laranjas da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os “sucos” da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter as “vitaminas” no próximo pleito. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Mansões.


Pés de laranja são derrubados em fazenda 'grilada' no interior de São Paulo
Pés de laranja são derrubados em fazenda ‘grilada’ no interior de São Paulo


AS LARANJAS, E NÃO PODERIA TER PLANTA MELHOR, SÃ O A TENTATIVA DE

JUSTIFICAR A GRILAGEM DA ‘CUTRALE’ E OUTRAS EMPRESAS NA REGIÃO.

PASSAR POR CIMA DAS LARANJAS, É PASSAR POR CIMA DO GRILO E DA

CORRUPÇÃO QUE MANTÉM ESTA SITUAÇÃO A TANTO TEMPO.

Não é a primeira vez que ocupamos este latifúndio. Eu mesmo ajudei a fazer a primeira ocupação na região em 1995 para denunciar o grilo e pedir ao Estado providências na arrecadação das terras para a Reforma Agrária. Passados quase 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos, mas a maioria das terras continua sob o domínio de grandes grupos econômicos. E mais. a Cutrale instalou-se lá a 4 ou 5 anos, sabendo que as terras eram griladas e, portanto, com claro interesse na regularização das terras a seu favor. Para tal, plantou “laranjas”! Aliás, parece ter “plantado um laranjal no Congresso Nacional e nos meios de comunicação”. O que não é nenhuma novidade!

Durante a nossa marcha Campinas-São Paulo em agosto, um acidente provocou a morte da companheira Maria Cícera, uma senhora que estava acampada a 09 anos lutando para ter o seu pedaço de terra e morreu sem tê-la. Esta senhora estava acampada na região do grilo, mas nenhum dos “ilustres” defensores das laranjas pediu a palavra para denunciar a situação. Nenhum dos ilustres, fez críticas para denunciar a inoperância do Estado, seja executivo, judiciário…, em arrecadar as terras que são da União para resolver o problema da Dona Cícera e das centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e das milhares no País. Poucos no Congresso Nacional levantam a voz, pra não dizer outra coisa, para garantir que sejam aplicadas as leis da Constituição que fala da *FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA: *

a) Produzir na terra;

b) Respeitar a legislação ambiental

c) Respeitar a legislação trabalhista.

Não preciso delongas para dizer que a Constituição de 88 não foi cumprida. E falam de Estado Democrático de Direito! Pra quem? Com certeza eles só vêem o artigo que defende a propriedade a qualquer custo. Este Estado Democrático de Direito para alguns poucos, é o Estado garantidor da propriedade, da concentração de terras e riquezas, de repressão e criminalização para para os Movimentos sociais e a maioria do povo.

Para aqueles que se sustentam na/da “pequena política”, com microfones disponíveis em rede nacional, e acreditam que a história terminou, de fato, encontram nestes episódios a matéria prima para o gozo pessoal e, com isso, só explicitam a sua pobreza subjetiva. E para eles, é certo, a história terminou. Mas para a grande maioria, que acredita que a história continua, que o melhor da história se quer começou, fazem da sua luta cotidiana espaço de debate e construção de uma sociedade mais justa. Acreditam ser possível dar função social a terra e a todos os recursos produzidos pala sociedade. Lutam para termos uma agricultura que produza alimentos saudáveis em benefício dos seres humanos sem devastação ambiental. Querem e, com certeza terão, um mundo que planeje, sob outros paradigmas que não o do lucro e da mercadoria, a utilização das terras e dos recursos naturais para que as futuras gerações possam, melhor que hoje, viver em harmonia com o meio ambiente e sem os graves problemas sociais.

A grande política exige grandes homens/mulheres, não os diminutos políticos (Não no sentido do porte físico) da atualidade; a grande política exige grandes projetos e uma subjetividade rica (não no sentido material) que permita planejar o futuro plantando as sementes aqui e agora . Por mais otimista que somos, é pouco provável visualizar que “laranjas” possam fazer isso.

Aliás, é nas crises, é nos conflitos que se diferenciam homens de ratos, ou, laranjas de homens.

Gilmar Mauro- Direção Estadual MST/SP

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CPI do MST é CPI do ódio de classe

Dr. Rosinha, deputado federal (PT-PR)

Dr. Rosinha, deputado federal (PT-PR)

Deputado Federal, Dr. Rosinha diz que CPI do MST é CPI do ódio de classe

www.nazen.tk   |  de:  www.drrosinha.com.br

A constituição de uma CPI mista para investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cogitada a partir do desejo raivoso dos ruralistas e viabilizada graças ao apoio ostensivo da mídia privada, é reflexo da influência que setores conservadores ainda mantêm sobre a sociedade brasileira.

Também é sintoma da fragilidade de parte da base de apoio do governo Lula, formada por alguns parlamentares sem compromisso com o governo que dizem apoiar.

Com uma atuação internacionalmente reconhecida, o MST foi recentemente classificado pelo intelectual norte-americano Noam Chomsky, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, como “o mais importante movimento de massa do mundo”.

A quem interessa criminalizar o MST? A quem interessa demonizar um movimento social com 25 anos de serviços prestados à justa causa da reforma agrária?

A resposta é simples: aos latifundiários e aos grandes detentores do capital financeiro, nacional e transnacional, que controlam boa parte da agricultura no país.

Os dados do censo agropecuário do IBGE, divulgados há poucas semanas, revelam que menos de 15 mil fazendeiros são donos de mais de 98 milhões de hectares. Em termos percentuais, 1% dos proprietários rurais detém a titularidade de 46% da terra no país.

O que incomoda a bancada ruralista e os setores por ela defendidos no Congresso é o fato de o MST simplesmente existir. E lutar pela distribuição das terras no campo.

Aos olhos dos ricos, os pobres não têm o direito de se organizar, de se manifestar em defesa de seus direitos.

Além de criminalizar o MST, os ruralistas desejam adiar a reforma agrária. Ao se contrapor, por exemplo, à revisão dos índices de produtividade —medida determinada em lei— demonstram todo o caráter reacionário e ilegal de sua posição.

Esses índices determinam se uma fazenda é ou não improdutiva. Criados em 1975, estão defasados. Não levam em conta os avanços tecnológicos da agricultura, o que facilita aos fazendeiros alcançar os indicadores mínimos e evitar desapropriações.

A legislação brasileira determina o seu ajuste “periódico”. Com novos índices, o número de imóveis que não cumprem sua função social disponíveis para a reforma agrária cresceria no país.

Sem discurso diante do sucesso do governo Lula, os três principais partidos de direita hoje no Brasil, DEM, PSDB e PPS, estão desnorteados, à procura de alguma tábua de salvação para se agarrar. Assim como em outros episódios, tentam da fazer da CPI do ódio de classe contra o MST um palanque eletrônico, com vistas à eleição de 2010.

O MST já afirmou que não teme a CPI. O Partido dos Trabalhadores e o governo, também não.

Com um requerimento sem fato determinado, que de tão genérico permite a investigação desde cooperativas em geral até evasão de divisas, passando pelo crime organizado, grilagens de terra e uma infinidade de outros temas, a comissão pode vir a se debruçar, entre outros casos, sobre as contas das entidades patronais do agronegócio.

Sabemos que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), duas entidades patronais, receberam mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos entre 2000 e 2006. E que parte desses recursos foi utilizada ilegalmente pelas federações que representam os interesses dos fazendeiros.

Que tal investigarmos também o cartel internacional das indústrias de suco de laranja, liderado pela Cutrale, que atua em terras públicas griladas no Estado de São Paulo?

Embora tenha sido minimizado pela mídia, é público o fato de que há cerca de uma década o Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) reivindica na Justiça a posse da fazenda Santo Henrique, ilegalmente ocupada pela Cutrale.

Contra o ódio de classe dos ruralistas e de sua raiva anti-MST, vamos mais uma vez comprovar a legitimidade do movimento e da agricultura familiar, como contraponto ao latifúndio e ao agronegócio.

O IBGE já comprovou que, dos produtos consumidos pelos brasileiros, 70% do feijão, 87% da mandioca, 58% do leite, 46% do milho e 34% do arroz são produzidos pelos pequenos agricultores.

Apesar de as propriedades com menos de dez hectares ocuparem apenas 2,7% da área total dos imóveis rurais, a agricultura familiar gera 74,4% dos empregos no campo.

Toda denúncia deve ser investigada pelos órgãos competentes. Sim à reforma agrária, não à criminalização dos movimentos sociais.

Dr. Rosinha, deputado federal (PT-PR), é coordenador da Frente da Terra,
que defende a reforma agrária no Congresso Nacional.

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Vale ver também as publicações  recomendadas no site do deputado:

http://drrosinha.com.br/publicacoes/

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