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Ministro da Defesa ataca estratégia militar de EUA e Otan para o Atlântico Sul

quinta-feira, novembro 4th, 2010

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Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo

Ministro da Defesa ataca estratégia militar de EUA e Otan para o Atlântico Sul

04.11.2010 | De: Folha de S. Paulo | CLAUDIA ANTUNES

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um forte ataque às estratégias militares globais dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental), afirmando que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que “se arvorem” o direito de intervir em “qualquer teatro de operação” sob “os mais variados pretextos”.

Ele criticou em especial a proposta ventilada nos EUA de “cortar a linha” que separa o Atlântico Sul do Norte para criar o conceito de “bacia do Atlântico”.

Lembrou que os EUA não firmaram a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU e portanto “não reconhecem o status jurídico de países como o Brasil, que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania”.

“Como poderemos conversar sobre o Atlântico Sul com um país que não reconhece os títulos referidos pela ONU? O Atlântico que se fala lá é o que vai à costa brasileira ou é o que vai até 350 milhas da costa brasileira?”

Também referiu-se a uma “alta autoridade” americana que defendeu “soberanias compartilhadas” no Atlântico. “Ao que nós perguntamos: qual é a soberania que os EUA querem compartilhar, a deles ou a nossa?”

Jobim falou na abertura da 10ª Conferência do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã, para criar um “diálogo” entre América do Sul e Europa em segurança.

Em resposta ao alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan, que disse que a Europa é o “parceiro preferencial” de que os EUA necessitam para manter seu papel dominante no mundo, o ministro disse: “Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo”.

Também criticou o embargo a Cuba e defendeu o direito da Venezuela de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. “A política internacional não pode ser definida a partir da perspectiva do que convém aos EUA.”

Ele afirmou que a Europa “não se libertará” de sua dependência dos EUA e por isso tende a sofrer baixa em seu perfil geopolítico. O da América do Sul tenderia a crescer, pelo crescimento econômico e os recursos naturais, água inclusive, de que dispõe em abundância, enquanto escasseiam no mundo.

O Brasil e o subcontinente devem “construir um aparato dissuasório voltado para ameaças extrarregionais” que lhes permitam “dizer não quando tiverem que dizer não”, completou.

O ministro lembrou que alguns países europeus são “parceiros” do reaparelhamento militar brasileiro, caso da França. Mas advertiu: “As chances de cooperação nesse campo serão tanto maiores quanto menor for o apoio da Europa a esquemas diplomático-militares que venham a entender como tentativa de reduzir a margem de autonomia do Brasil”.

fonte:

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/825261-ministro-da-defesa-ataca-estrategia-militar-de-eua-e-otan-para-o-atlantico-sul.shtml

Tony Blair pelted with eggs at book signing in Dublin

sábado, setembro 4th, 2010

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Sep 4th, 2010  |  BBC  Dublin

Tony Blair pelted with eggs at book signing in Dublin

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Activists clashed with Irish police as they tried to push down a security barrier outside the bookshop

Eggs and shoes have been thrown at the former prime minister Tony Blair as he attended a book signing in Dublin.

It happened as he arrived at Easons on O’Connell Street in the city to sign copies of his autobiography.

The missiles, which were thrown by anti-war protesters, did not hit Mr Blair.

Three people were arrested as activists clashed with Irish police at a security barrier outside the bookshop.

Around 200 protesters demonstrated at Mr Blair’s role in the wars in Iraq and Afghanistan on one side of the street on Saturday morning.

Analysis

Few places in the world can have witnessed such a large security operation for a mere book-signing.

The main street in Dublin city centre was closed for four hours and a ring of steel erected around Easons bookshop to accommodate Tony Blair and his fountain pen.

Most Dubliners looked on in disbelief.

Many wondered about the security bill, at a time when Ireland’s crippled economy needs every euro it can get.

The Blair supporters looking for a signed book were less vocal than the demonstrators – but they easily outnumbered them, by at least three to one.

The former British prime minister won the popularity contest. But it came at a price.

On the other side, more than 300 people gathered to get a copy of his book signed.

It was Mr Blair’s first book-signing since the publication of his autobiography.

There was a large police presence and O’Connell Street was closed to traffic.

‘Stretched the truth’Groups represented at the demonstration included the Ireland-Palestine Solidarity Coalition and the 32-County Sovereignty Movement.

Richard Boyd-Barrett, of the Irish Anti-War Movement, accused Mr Blair of making “blood money” from the memoirs.

Mr Blair has said he would hand over the reported £4m advance payment for the book plus all royalties to the Royal British Legion.

His memoirs detail his accounts of life in Downing Street, the Iraq war, the 9/11 terrorist attacks in America and Princess Diana’s death.

He also wrote about concerns over the amount he was drinking and of his rift with his successor Gordon Brown.

One of the chapters also deals with his efforts to secure peace in Northern Ireland and his relationships with the key political players.

He admitted that he often stretched the truth past breaking point to get agreement during the peace process and he admits that he took horrendous chances with the political parties.

His book, ‘A Journey’ has already become Waterstone’s fastest-selling autobiography ever and shot to the top of Amazon’s best-seller list.

Um dia histórico – O Brasil pede paz

segunda-feira, maio 17th, 2010

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Lula e o Brasil mostram que a política unilateral que, frequentemente, enuncia o “Ocidente versus algo”, não pode incluir um país soberano como o Brasil.

Leia completa no blog do Planalto

http://blog.planalto.gov.br/

Atravessamos juntos os anos difíceis de hegemonia do pensamento único. Éramos uma das poucas vozes dissonantes do projeto conservador defendido pelos seguidores do consenso de Washington. Nunca evitamos a defesa de um mundo mais democrático onde todas as vozes pudessem ser ouvidas. A crise em que está hoje mergulhada a economia mundial, sobretudo nos países desenvolvidos, mostra que nossos diagnósticos de anos atrás eram basicamente corretos.”

Lula disse que num passado recente, “começamos a ouvir vozes que afirmavam que outro mundo era possível”. E emendou: “Hoje temos claro que um outro mundo é necessário”.

– A Política Externa á la Bush, de Obama leva um nocaute com os resultados dos esforços diplomáticos brasileiros, enfatizando a negociação e o respeito ao invés da pressão e da violência.

Abaixo, um Obamis que combina com esse momento.

Do site: www.ufunk.net


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Antes de acordo, Obama disse a Lula que tratado nuclear com Irã criaria confiança

da Reuters, em Brasília
Menos de duas semanas antes do acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em uma carta ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que o acerto da troca de combustível nuclear com Irã criaria confiança no mundo. Um dia após o acordo, os EUA receberam com ceticismo o acordo, contrariaram os pedidos brasileiros e apresentaram uma resolução por sanções ao Irã na ONU.
A agência de notícias Reuters recebeu trechos do documento, enviado há 15 dias. Nela, Obama retoma os termos do acordo que o Grupo de Viena havia proposto no ano passado, cujos principais elementos constam no acerto entre Brasil, Turquia e Irã –como o próprio Lula ressaltou.
“Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano” de urânio levemente enriquecido, diz Obama.
“Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)”, acrescentou o presidente dos EUA.
“O Irã continua a rejeitar a proposta da AIEA e insiste em reter seu urânio de baixo enriquecimento em seu próprio território até a entrega do combustível nuclear”, afirmou Obama na carta.
O Brasil, que mediou com a Turquia o acordo com o Irã, alega que a carta de Obama inspirou a maioria dos pontos da Declaração de Teerã, por meio da qual o Irã concorda em depositar os 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% na Turquia. Em troca, o país receberia 120 quilos de combustível para um reator de pesquisas médicas localizado na capital iraniana.
Após o anúncio do acordo, no entanto, os Estados Unidos anunciaram que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China, Rússia) concordaram com um esboço de resolução contendo novas sanções à República Islâmica, por seu programa nuclear.
Os EUA disseram que o Irã apenas assinou o acordo para evitar as sanções e ressaltaram que as sanções só seriam canceladas se o país provasse os fins pacíficos de seu programa nuclear e interrompesse de vez o enriquecimento de urânio a 20%.
Segundo a Declaração de Teerã, O Irã se compromete a notificar à AIEA, por escrito, por meio dos canais oficiais, sua concordância com os termos do acordo em até sete dias a contar da data do documento. Esse prazo se expira na próxima segunda-feira.
Após o anúncio do acordo mediado por Brasil e Turquia na segunda-feira, autoridades iranianas afirmaram que o país manterá suas atividades de enriquecimento de urânio, ao que Estados Unidos e outras potências ocidentais se opõem.
O Ocidente suspeita que o programa nuclear iraniano tem o objetivo de construir armas nucleares, mas Teerã afirma que seu fim é a geração de eletricidade para fins pacíficos.
Obama manifestava, ainda na carta, preocupação com a possibilidade de o Irã acumular, no prazo de um ano, estoque necessário para construir “duas ou três armas nucleares”.
“Para iniciar um processo diplomático construtivo, o Irã precisa transmitir à AIEA um compromisso construtivo de engajamento, através dos canais oficiais, algo que não foi feito até o momento. No meio tempo, insistiremos na aprovação de sanções.”

Romênia celebra 20 anos de revolução que derrubou o ditador Ceausescu

quarta-feira, dezembro 16th, 2009
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Romênia celebra 20 anos de revolução que derrubou o ditador Ceausescu

16/12/2009     |  da Associated Press, em Timisoara

Ao som músicas natalinas, romenos homenagearam nesta quarta-feira os manifestantes que tomaram as ruas da cidade de Timisoara, há 20 anos, desencadeando a revolução que tirou do poder o ditador mais repressivo do bloco comunista do Leste Europeu.

As manifestações começaram quando os moradores reuniram-se à defesa de um pastor dissidente de etnia húngara étnica que estava sendo ameaçado de transferência forçada, o que levou a uma rápida escalada de confrontos com a polícia.

No dia seguinte, a polícia, unidades do Exército e dos serviços secretos começaram a disparar contra os manifestantes, dando início a seis dias de combates, que posteriormente se espalharam para a capital, Bucareste, e levaram à derrubada do líder comunista Nicolau Ceausescu. Mais de mil pessoas morreram na única revolta violenta entre as revoluções que varreram do poder os comunistas no leste da Europa Oriental há duas décadas.

Revolução Romena em 1989

Revolução Romena em 1989

Apenas em Timisoara, 118 pessoas foram mortas. O prefeito de Timisoara, Gheorghe Ciuhandru, disse a um grupo de veteranos revolucionários que a cidade, perto da fronteira ocidental da Romênia com a Hungria e a Sérvia, deveria estar orgulhosa do levante que começou no local. “Para aqueles que nasceram livres, eu digo que as coisas foram mudadas nesta revolução. Temos liberdade de expressão, liberdade de movimento e o direito à propriedade privada”, disse o prefeito. No entanto, ele disse que 20 anos depois de Ceausescu ter sido deposto e executado, a Romênia é “marcada por mentiras, manipulação, ódio […] e pobreza generalizada”, referindo-se a uma recessão profunda e à recente eleição presidencial disputada em um clima amargo. Músicos de teatros locais apresentaram uma mistura de músicas natalinas e música popular romena em um pequeno concerto com a participação do ex-presidente Emil Constantinescu (1996 -2000). “Estou aqui por aqueles que lutaram e morreram pelos ideais que mudaram vidas na Romênia e escreveram uma página de heroísmo na história da Romênia”, disse Constantinescu. “Em Timisoara, houve uma revolução completa e eu permanecerei fiel a esses princípios para o resto da minha vida.” A revolta começou no dia 16 de dezembro de 1989, quando as autoridades tentaram forçar o pastor Laszlo Toekes a transferir-se para uma paróquia rural remota. Manifestantes se reuniram em frente à casa dele e logo o local estava repleto de pessoas. Ceausescu e sua mulher Elena foram executados após um julgamento sumário no dia de Natal. Seu governo brutal foi sustentada pelo serviço Securitate, que tinha um exército de cerca de 700 mil informantes –cerca de 1 em cada 20 romenos–para reprimir dissidentes durante 25 anos de regime severo. Perto do fim da era Ceausescu, os romenos sofreram com o racionamento severo em que mesmo as bananas e laranjas tornaram-se artigos de luxo, enquanto o ditador tentava pagar a dívida externa do país.

Hoje, a Romênia ainda está afligida por dívidas –com as obrigações estrangeiras de quase 78 bilhões de euros. Embora tenha aderido à União Europeia em 2007, o país continua com graves problemas, atormentado pela corrupção, atolado em uma recessão profunda e paralisada por disputas políticas internas. O Tribunal Constitucional confirmou nesta quarta-feira a reeleição do presidente Traian Basescu após um atraso devido a alegações da oposição de que a votação de 6 de dezembro foi fraudada. O Partido Social Democrata afirmou ter evidências de fraude na votação e compra de votos em larga escala e pediu que novas eleições fossem realizadas.

Basescu venceu por uma pequena margem o ex-ministro das Relações Exteriores, Mircea Geoana. Geoana reconheceu a derrota na segunda-feira, mas prometeu continuar a investigar as supostas fraudes. “Meu objetivo é ser um presidente melhor do que fui”, disse Basescu nesta quarta-feira, em um reconhecimento das amargas disputas políticas dos últimos anos. “Meu principal objetivo é que cada romeno tenha a sensação de que o presidente é o seu presidente, independentemente de em quem tenha votado.”

A decisão Justiça trouxe alguma estabilidade para a Romênia, que está sem um governo efetivo desde 13 de outubro, quando o gabinete foi rejeitado pelo Parlamento em um voto de desconfiança. Em meio à incerteza, uma delegação do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da Comissão Europeia chegou à Romênia nesta semana para discutir um empréstimo de 1,5 bilhão de euros para o país, que havia sido suspenso devido à crise política.

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ROMANIA ANNIVERSARY

Manifesto em defesa do MST

sábado, outubro 24th, 2009

Manifesto em defesa do MST

Contra a violência do agronegócio e a criminalização das lutas sociais

Movimento Sem Terra - Brasil

Movimento Sem Terra - Brasil

As grandes redes de televisão repetiram à exaustão, há algumas semanas, imagens da ocupação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras que seriam de propriedade do Sucocítrico Cutrale, no interior de São Paulo. A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo.

Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça. Trata-se de uma grande área chamada Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares. Desses 30 mil hectares, 10 mil são terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas e 15 mil são terras improdutivas. Ao mesmo tempo, não há nenhuma prova de que a suposta destruição de máquinas e equipamentos tenha sido obra dos sem-terra.

Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos.

Bloquear a reforma agrária

Há um objetivo preciso nisso tudo: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola – cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 – e viabilizar uma CPI sobre o MST. Com tal postura, o foco do debate agrário desloca-se dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo. A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim, disponível para a reforma agrária.

Para mascarar tal fato, está em curso um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro, o MST. Deste modo, prepara-se o terreno para mais uma ofensiva contra os direitos sociais da maioria da população brasileira.

O pesado operativo midiático-empresaria l visa isolar e criminalizar o movimento social e enfraquecer suas bases de apoio. Sem resistências, as corporações agrícolas tentam bloquear, ainda mais severamente, a reforma agrária e impor um modelo agroexportador predatório em termos sociais e ambientais, como única alternativa para a agropecuária brasileira.

Concentração fundiária

A concentração fundiária no Brasil aumentou nos últimos dez anos, conforme o Censo Agrário do IBGE. A área ocupada pelos estabelecimentos rurais maiores do que mil hectares concentra mais de 43% do espaço total, enquanto as propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 2,7%. As pequenas propriedades estão definhando enquanto crescem as fronteiras agrícolas do agronegócio.

Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT, 2009) os conflitos agrários do primeiro semestre deste ano seguem marcando uma situação de extrema violência contra os trabalhadores rurais. Entre janeiro e julho de 2009 foram registrados 366 conflitos, que afetaram diretamente 193.174 pessoas, ocorrendo um assassinato a cada 30 conflitos no 1º semestre de 2009. Ao todo, foram 12 assassinatos, 44 tentativas de homicídio, 22 ameaças de morte e 6 pessoas torturadas no primeiro semestre deste ano.

Não violência

A estratégia de luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, ainda que em um ambiente de extrema agressividade por parte dos agentes do Estado e das milícias e jagunços a serviço das corporações e do latifúndio. As ocupações objetivam pressionar os governos a realizar a reforma agrária.

É preciso uma agricultura socialmente justa, ecológica, capaz de assegurar a soberania alimentar e baseada na livre cooperação de pequenos agricultores. Isso só será conquistado com movimentos sociais fortes, apoiados pela maioria da população brasileira.

Contra a criminalização das lutas sociais

Convocamos todos os movimentos e setores comprometidos com as lutas a se engajarem em um amplo movimento contra a criminalização das lutas sociais, realizando atos e manifestações políticas que demarquem o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil.

Pinhais sediará etapa regional da Confecom

quinta-feira, outubro 8th, 2009

www.nazen.tk  |  michele torinelli  |  http://miradas.soylocoporti.org.br/

Pinhais sediará etapa regional da Confecom

I Conferência Livre de Comunicação e Região Metropolitana acontece na próxima quarta-feira em Pinhais


Em preparação para as etapas estadual e nacional da Conferência de Comunicação (Confecom), eventos ocorrem em todo o Paraná no mês de outubro. Após a etapa de Curitiba, realizada no último dia 06, a região da capital contará com a I Conferência Livre de Curitiba e Região Metropolitana, em 17/10, no munícipio de Pinhais.

Participantes da I Conferência Livre de Comunicação de Curitiba.

Pela manhã, haverá mesa de debate com o tema “Democratizar as comunicações é necessário”, abrangendo os três eixos da Confecom – produção de conteúdo, meios de distribuição e cidadania: direitos e deveres. Os convidados são Mário Messagi Júnior, professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (Decom – UFPR); Carmelita Berthier, da Casa Brasil e Comissão Paranaense Pró-Conferência de Comunicação (CPC – PR); Elson Faxina, professor do Decom – UFPR e diretor de jornalismo da Rádio e Televisão Educativa do Paraná; e Laura Schuli, da Terra de Direitos e CPC – PR.

No período da tarde, a programação prevê a divisão dos participantes em grupos de trabalho, que debaterão e elaborarão propostas a serem aprovadas na plenária final. As resoluções consensuais serão encaminhadas para a Conferência Estadual de Comunicação, que acontecerá em Curitiba nos dias 06, 07 e 08 de novembro.

Etapa de Curitiba contou com mais de 80 participantes

O Centro Cultural dos Bancários foi palco de um debate amplo na noite do dia 06. O deputado estadual Professor Lemos (PT – PR) e o representante da Secretaria de Comunicação Social do Paraná Geraldo Serathiuk abriram o evento. Na sequência, iniciou-se a mesa de debate, que problematizou o cenário das comunicações.

Elza Oliveira, professora do curso de jornalismo da Universidade Positivo (Unicenp), apontou que as notícias internacionais são repassadas por um punhado de agências de notícias, assim como as nacionais. “Isso implica em hegemonia de pontos de vista – por isso a importância da regionalização, para que tenhamos várias versões e análises, a partir de diversos pontos de vista”, defendeu Elza.

Comissão Pró Conferencia de Comunicação - PR
Comissão Pró Conferencia de Comunicação – PR

Mário Messagi (UFPR), Aniela Almeida (Sindijor e CPC – PR) e Elza Oliveira (Unicenp) compuseram a mesa de abertura, que contou com a mediação de Silvana Prestes (Sindicato dos Professores do Paraná e CPC – PR).

No final, foi aprovada uma carta com deliberações da I Conferência Livre de Comunicação de Curitiba. “A sociedade exerceu seu direito de debater sobre a comunicação e conseguimos aprovar propostas que refletem a demanda de várias instâncias da sociedade”, acrescenta Aniela.

A partir da experiência de Curitiba, que contou com participação de mais de 30 entidades, Messagi está otimista em relação à etapa regional. “Acredito que a conferência em Pinhais superará qualquer momento anterior de discussão em âmbito local no que se refere às comunicações, em termos de participação e construção de propostas”, declara.

A I Conferência Livre de Comunicação de Curitiba e Região Metropolitana ocorrerá no dia 17/10, na Secretaria de Educação (Av. Iraí 696) às 8h, em Pinhais. Para quem é de Curitiba, um ônibus sairá do Sindijor (R. José Loureiro 211) às 7h.

http://proconferenciaparana.com.br/

Com Licença, sim? Software Livre já!

quarta-feira, julho 29th, 2009
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2o de Maio de 2009 | Publicado em Le Monde Diplomatique


Le Monde Diplomatique Brasil

Le Monde Diplomatique Brasil

Com Licença, sim?

A disputa entre aqueles que defendem o uso dos softwares livres e dos que utilizam o softwares proprietários não envolve apenas questões tecnológicas. A escolha do usuário tem efeitos na política, na economia e no desenvolvimento sustentável de um país como o Brasil

Cíntia GuedesMatheus Araújo

Navegar é preciso, pagar não é preciso

É quase sempre proibido copiar, distribuir, reproduzir ou modificar a maioria dos produtos que tem como matéria-prima a informação, a tecnologia ou o conhecimento. Acostumamos com o tal dos ‘direitos reservados’, e é assim com a imensa maioria dos livros, CDs, softwares etc. Até pouco tempo, só com muito dinheiro era possível acompanhar o ritmo das inovações. Agora, proliferam-se no mundo inteiro movimentos que defendem a bandeira do sistema colaborativo de produção de conhecimento criando soluções palpáveis, inteligentes e rentáveis de produção, entre outras coisas, de Softwares Livres. Alternativas, aparentemente, mais acessíveis e bem mais justas [].

A principal característica de um software livre é a abertura do código fonte. O usuário pode estudar como o software funciona e adaptá-lo às suas necessidades, alterando-o num sistema de soma e não de sobreposição, uma vez que um problema é solucionado ou uma nova adaptação é feita ela é divulgada e pode ser usada por todos, sem pagar nada. O software proprietário trabalha de maneira oposta: não permite que o usuário tenha acesso ao código fonte e cobra preços de softwares novos por pequenas inovações. Ou seja, enquanto o Software Proprietário é padronizado, o Software Livre permite adequações aos mais diferentes usos.

O exemplo maior desta disputa parece ser entre o Software Proprietário Windows e o Software Livre Linux, ambos, sistemas operacionais para computadores. Há diferenças bem marcadas entre os dois. A atualização do Linux é muito mais rápida, uma vez que não há necessidade de uma nova versão: os erros podem ser corrigidos por usuários em qualquer lugar do mundo. Já o Windows demora mais tempo para ser atualizado, pois o acesso às novas versões depende da Microsoft e do lançamento do produto no mercado. O Vista, a mais recente atualização do Windows, foi lançado em 2007, cinco anos depois de seu antecessor, a versão XP. Isso acontece porque o Windows utiliza a licença de reserva de direitos autorais enquanto o Linux utiliza outra licença – a GPL (General Public License ou Licença Pública Geral). [].

Ao navegar pelo Software Proprietário que conferiu a Bill Gates o status de homem mais rico do mundo durante anos, encontramos uma interface altamente amigável, com ferramentas simples e práticas.- Além disso, o uso massivo do Windows faz com que ele seja, na maioria das vezes, muito mais familiar. Já o Linux, à primeira vista, parece coisa de outro planeta. O usuário comum, acostumado com a interface do Windows e sem conhecimentos aprofundados de informática, demora a habituar-se ao Linux. Segundo o estudante de jornalismo Breno Fernandes, que usa tanto o Windows quato o Linux, a maior dificuldade para um iniciante em Software Livre é dar-se conta de que não entende tanto de computadores como pensava. O exemplo é bastante ilustrativo: “imaginemos que a pessoa só usou o Internet Explorer toda a vida; e aí quando chega no Linux vai logo buscar o ezinho azul e o nome internet. Nesse momento, falta, ou tarda a vir, a informação de que Internet Explorer não é a Internet, mas um browser ou navegador, uma ferramenta, um software que te permite acessar a internet. ”. Ainda a superação do estranhamento inicial depende, em parte, da predisposição do usuário em conhecer um novo sistema.

Pensando justamente nesse tipo de consumidor, foi desenvolvido o Ubuntu – Linux for human beings (Linux para seres humanos) http://www.ubuntu-br.org/, um sistema operacional baseado no Linux e que promete ser muito mais fácil de usar.

O que chama atenção nesta disputa é que ela abrange não somente questões tecnológicas; toca também a política, a economia e a esfera do desenvolvimento social. “Construir e utilizar o software livre é uma maneira de trabalhar com a perspectiva de que o processo educacional tem que formar um cidadão para que ele seja autor, produtor de conhecimento e de culturas e não só um consumidor de informações”, afirma Nelson Pretto, professor da Faculdade de Educação da UFBA, fundador do Projeto Software Livre Bahia (PLS-Ba) e do projeto Tabuleiro Digital, que disponibiliza para a comunidade, na Faculdade de Educação, computadores em tabuleiros que se assemelham aos das baianas de acarajé. Os tabuleiros funcionam para navegação na internet por um curto intervalo de tempo – tempo de comer um acarajé – e todas as máquinas utilizam softwares livres.

Liberdade em verde e amarelo

“O software livre tem um significado fundamental para um país como o Brasil, porque tem como princípio a ideia de autonomia”, afirma Pretto. Ao que parece, os empresários brasileiros já se deram conta dessa vantagem: segundo pesquisa publicada no blog Cultura Digital (http://www.cultura.gov.br/blogs/cultura_digital), do Ministério da Cultura, já em 2007, 53% das empresas no país utilizam Softwares Livres e esse número sobe para 73% quando contadas apenas as empresas de grande porte (aquelas com mais de mil funcionários).

O discurso governamental veiculado tanto em jornais de grande circulação no país quanto nos aparatos de comunicação do Estado (blogs do governo, por exemplo ) afirma que o Brasil tem ferramentas para despontar no desenvolvimento de SL, principalmente para o mercado de exportação. Nesse setor, a região nordeste tem chances de abocanhar grande fatia da produção, uma vez que no eixo sul-sudeste existem indústrias para exportação de software proprietário que absorvem muito mais mão de obra e, possivelmente, deixam o mercado menos suscetível às investidas do SL.

Atualmente Pernambuco desponta na produção de SL; Salvador, embora ainda não possua filiais de grandes empresas de produção de SL, é referência no desenvolvimento. Foi em terras soteropolitanas que surgiu, por exemplo, o primeiro Twiki do Brasil. SL que permite a interação de grupos usando um mesmo navegador, um Twiki é uma plataforma de criação colaborativa de conteúdo, a exemplo da Wikipédia. E o que tornou Salvador pioneira foi a criação do Twiki do Instituto de Matemática da UFBA, que permite uma melhor comunicação entre alunos e professores, pois todos são cadastrados e podem consultar informações sobre as disciplinas do curso, ler e baixar arquivos.

Parecendo andar na contramão, o governador da Bahia, Jacques Wagner, assinou no primeiro semestre de 2008 um protocolo de intenções com a Microsoft, em que acertavam a parceria do governo do estado com a empresa para o desenvolvimento de ações de inclusão digital. Entre as ações, está prevista a doação de computadores para escolas públicas, obviamente com o Windows já instalado.

A bandeira do SL foi levantada pelo Governo Lula desde a campanha presidencial de 1998, e quem não se lembra do ex- ministro Gilberto Gil, logo depois de assumir o Ministério da Cultura em 2003, usando um pingüim na lapela? Era o Tux, um pingüim farto após ter comido vários peixes, mascote escolhido por Linus Torvalds pra representar o Linux. O uso do SL nas instituições federais foi incentivado principalmente pelo MinC e pelo Ministério da Educação, contudo, a decisão da adoção do SL fica a cargo do gestor de cada instituição. Ainda não há nenhuma lei que regulamente a questão.

Bahia.br

“E o Linux começa a incomodar”, é o que pontua Daniel Cason, estudante do curso de Ciências da Computação da UFBA e membro do Graco (Gestores da Rede Acadêmica de Computação) que gerencia parte da rede de computadores da sua faculdade desde 2005. O grupo de gestores funciona como uma oficina de redes prática, ou seja, o aluno trabalha efetivamente com o desenvolvimento e a manutenção de uma rede – o que para Cason deveria ser uma disciplina da grade curricular de qualquer curso de computação.

De acordo com Cason, a opção do Graco pelo uso de soluções livres é fundamental não só para o seu aprendizado acadêmico ou pelo fato de não serem cobradas licenças pelos softwares, mas também para uma eficiente manutenção da rede. A cada nova necessidade ou ideia que é apresentada e a cada falha encontrada os alunos têm a possibilidade de intervir nos softwares e de adequá-los às suas intenções. Afinal, eles próprios, através de um processo de criação conjunta, podem solucionar os problemas que encontram.

Vale ressaltar que o uso de um software livre não significa um uso necessariamente não comercial. No mercado de Salvador algumas empresas já apostam no uso do SL, seja buscando benefícios financeiros ou por ideologia, elas podem encontrar suporte em cooperativas que trabalham exclusivamente com tecnologias livres, e que oferecem desde serviços relacionados ao desenvolvimento de softwares até a migração de Software Proprietário para Software Livre. Este é o caso da Colivre www.colivre.coop.br , cooperativa soteropolitana, que oferece seus serviços desde a pessoas físicas, políticos, órgãos governamentais, ONG’s até mesmo a empresas privadas.

A cooperante Joselice de Abreu chama a atenção para a relação entre SL e Economia Solidária: “a gente desenvolve o software aqui e, se a população consome o nosso software, isso vai desenvolver a economia local”. Para ela, a questão é simples. Trata-se do consumo consciente, já que o capital que é investido localmente, num bairro, cidade ou estado tem um retorno muito mais rápido. “Quando usamos o suporte de uma empresa a qual podemos contatar por telefone ou ‘bater na porta’ é diferente de usar os serviços de uma multinacional, cujo suporte está em outro país”, exemplifica Abreu .

O caso parece simples: as tecnologias desenvolvidas próximas à comunidade possibilitam o retorno mais rápido do capital investido para a própria comunidade. Em Salvador, o movimento Software Livre cresce quase que escondido, em meio ao frenesi pelos pseudo-super-novos Softwares Proprietários que economizam seu tempo, ou seja, pela sempre nova (e cara!) solução dos seus problemas. A grande sacada é sempre a da multinacional, que pensa de maneira organizada e inteligente na inserção dos seus produtos no mercado. Ainda assim, mesmo para aqueles não muito dispostos com a causa do Software Livre, ele pode ser uma opção econômica e tanto ou mais eficiente do que o Software Proprietário. Mas quem sabe valha a pena inverter a lógica e refletir sobre o caso, ou como disse o professor Nelson Pretto: “Farinha pouca, um pouquinho de farinha pra todo mundo”.

[] Esta reportagem foi publicada originalmente na revista Fraude: ano p5 – n.06 – Salvador/Bahia. Essa publicação é realizada pelos bolsistas do Programa Educação Tutorial da Faculdade de Comunicação da UFBA

[] Em termos gerais, a GLP se baseia em quatro liberdades:
Liberdade n.o 0: A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito;
Liberdade n.o 1: A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades. O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;
Liberdade n.o 2: A liberdade de resdistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
Liberdade n.o 3: A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie deles. O acesso ao código-fonte também é um pré-requisito para esta liberdade
Fonte: Wikipédia

Marcos Cordioli se desfilia do PT

terça-feira, julho 21st, 2009

www.nazen.tk

Marcos Cordioli se desfilia do PT

de www.fabiocampana.com.br

Marcos CordiolliMarcos Cordioli é um intelectual nativo que prestou grandes serviços ao PT. Professor de História e mestre em Educação.Além de participar ativamente do debate interno desde 1981, coordenou a elaboração de programas de governo de Ângelo Vanhoni e de Gleisi Hoffmann.

Na verdade fez de tudo nesses 28 anos de militância no PT, da panfletagem ao estudo aprofundado da realidade paranaense e brasileira. Cordiolli já não se sente parte do PT.

Leia na íntegra a carta de desfiliação que ele enviou à direção do partido e aos amigos:

*  *  *

André Passos

MD. Presidente do Diretório Municipal do PT

Senhor Presidente

Eu, Marcos Cordiolli, venho solicitar a minha desfiliação do Partido dos Trabalhadores.

Como você sabe, eu sou filiado ao PT desde 1981 e, portanto, vivi a maior parte da minha vida sob a bandeira do Partido dos Trabalhadores.

Adianto que minha desfiliação não significa, necessariamente, uma ruptura. Eu acredito que a filiação a um partido político precisa ser acompanhada de um sentido de identidade, de ser “parte”, de sentimento de compartilhamento. Eu já não me sinto mais “parte” do PT, embora reconheça a importância do partido nas conquistas sociais e democráticas do país, assim como tenho simpatia por várias ações do governo Lula, de governos municipais e de mandatos parlamentares. Mas, eu não me sinto mais confortável nos quadros do partido. Eu já não me reconheço mais na cultura política e organizacional do PT. Quero, portanto, poder seguir os caminhos indicados por minha consciência, e muito deles, seguramente, serão ao lado do PT, mas agora não mais como filiado.

Um abraço

Curitiba 20 de julho de 2009

Construtor diz que comitê de apoio a Richa recebeu R$ 134 mil não contabilizados

quarta-feira, junho 24th, 2009
24/06/2009 – 07h44

Construtor diz que comitê de apoio a Richa recebeu R$ 134 mil não contabilizados


da Agência Folha, em Curitiba | DIMITRI DO VALLE

www.nazen.tk

Em depoimento na Procuradoria Regional Eleitoral, o construtor Rodrigo Oriente, 34, disse ontem que o comitê “Lealdade”, de apoio à reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), gastou R$ 134 mil não declarados à Justiça Eleitoral no custeio de eventos da campanha em 2008.

O construtor disse que, desse valor, R$ 47 mil foram bancados por ele, em empréstimo. Oriente afirmou que a outra parte do dinheiro vinha da coligação “Curitiba o Trabalho Continua”, de apoio a Richa. De acordo com o construtor, a verba era repassada ao chefe do comitê, Alexandre Gardolinski.

O caso de denúncia de suposto caixa dois na campanha de Richa veio à tona com a veiculação de vídeos feitos dentro do comitê “Lealdade”. Eles mostram integrantes planejando difamar adversários, assinando recibos frios e recebendo suposto dinheiro não contabilizado à Justiça Eleitoral.

Os vídeos foram gravados com câmera escondida por Gardolinski, na época da campanha eleitoral. Oriente, que trabalhava no comitê, levou as gravações para a Procuradoria Eleitoral no último dia 12 –segundo ele, em protesto por não ter recebido de volta o dinheiro que emprestou a Gardolinski.

O construtor também disse que sua participação no custeio do comitê pode ser comprovada porque muitas compras foram pagas com seu cartão de crédito. A Procuradoria recebeu cópias dessas faturas.

Após a campanha, o construtor disse que não conseguiu cobrar os R$ 47 mil que havia emprestado a Gardolinski. Segundo o construtor, o chefe do comitê lhe propôs um cargo na prefeitura para recuperar o dinheiro em até 18 meses por meio do salário de R$ 3.300.

“Disse a ele que não queria que me pagassem uma despesa particular com dinheiro público”, afirmou Oriente.

Gardolinski não foi localizado pela Folha ontem.

A assessoria do prefeito Beto Richa foi procurada durante o dia, já antes do depoimento de Oriente, para que ele se manifestasse sobre a série de denúncias que surgiram após a demissão de um de seus secretários, Manassés Oliveira, que também aparece nos vídeos manuseando dinheiro.

A assessoria disse que ele não se manifestaria. Os indicados para falar sobre o caso foram Fernando Ghignone, coordenador da campanha, e Ivan Bonilha, procurador-geral do município e advogado na campanha de Richa, mas, segundo a assessoria, os dois não foram localizados ontem à noite.

Richa vem negando envolvimento nas denúncias. Diz que quando tomou conhecimento demitiu os envolvidos.

Rússia evita confrontos e diz que crise no Irã é assunto interno

terça-feira, junho 23rd, 2009
22/06/2009 – 14h34

Rússia evita confrontos e diz que crise no Irã é assunto interno

da Folha Online

A Chancelaria russa afirmou nesta segunda-feira que a atual crise política iraniana provocada pelos protestos da oposição contra a fraude eleitoral no pleito que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad é um “assunto interno”. A declaração é mais um sinal da cautela adotada pela Rússia ao abordar o tema, que originou reações mais críticas da comunidade internacional, em especial a Europa.

“Encaramos todos os eventos relacionados com as eleições no Irã como um assunto exclusivamente interno desse país”, assegurou a Chancelaria em comunicado, divulgado por agências de notícias russas.

“Consideramos que as dissensões surgidas após a realização das eleições devem ser reguladas em estrita consonância com a Constituição e a legislação iraniana”, completa a nota.

Poucos dias depois da vitória anunciada de Ahmadinejad, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, cumprimentou publicamente o colega iraniano pela vitória. O gesto foi repetido pelos presidentes da China, Hu Jintao; e dos demais membros da Organização de Cooperação de Xangai –da qual o Irã participou como consultor.

Pressão

Em um discurso mais crítico, o governo alemão pediu “explicações” ao embaixador iraniano em Berlim depois que Teerã anunciou que está reconsiderando suas relações com vários países, entre eles a Alemanha, por suposta ingerência em assuntos internos.

O porta-voz do governo, Ulrich Wilhelm, afirmou que Berlim não cometeu nenhuma ingerência ao reivindicar o esclarecimento de supostas irregularidades nas eleições presidenciais iranianas ou ao pedir tanto o fim da violência nas manifestações como o livre exercício do direito à informação.

Nos últimos dias, tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o ministro de Assuntos Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, cobraram do Irã a recontagem dos votos e condenaram a repressão violenta aos protestos dos opositores do regime –que já deixou ao menos 17 mortos.

Fontes do Ministério de Relações Exteriores alemão disseram nesta segunda-feira que o embaixador iraniano foi convocado apenas para apresentar explicações sobre a decisão do Parlamento do Irã de reconsiderar as relações com França, Alemanha e Reino Unido.

Neste domingo, o regime iraniano acusou as potências estrangeiras, especialmente os Estados Unidos e o Reino Unido, de interferir nos assuntos internos do Irã e de estimular os distúrbios no país.