Archive for the ‘Política’ Category

Israel possui armas nucleares e tentou vende-las, diz jornal inglês

domingo, maio 23rd, 2010

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. De Nazen Carneiro para blog www.nazen.tk

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Antes pergunto se alguém viu isso na Globo.

Á notícia é sobre Israel, porém trata-se – além do contexto da redução do arsenal nuclear no mundo – de toda a questão geopolítica do Oriente Médio.

Possuir a bomba atômica representa poder político, aumento do poder de barganha no cenário internacional e uma certa ‘segurança’ quanto a ameça de ataque por outros estados. Após a segunda guerra mundial os países que possuem arsenal nuclear resolveram manter o direito a este tipo de armamento em seu seleto grupo.

Nao se sabe se Israel usaria seu arsenal nuclear de fato. Mas vale destacar que Israel já iniciou conflitos militares contra o Egito, Palestina, Jordânia e muitos outros (leia mais em Israel Armed Conflicts) e em 2009 atacou com bombas de fósforo branco a população da Faixa de Gaza – proibida durante as Convenções de Genebra e especialmente pela Convenção sobre Armas Químicas,[2] [3] reafirmando os termos do Protocolo de Genebra de 1925, que proíbe o uso de armas químicas e biológicas.

As armas de Fósforo Branco matam de forma cruel populações civis, com lesões dolorosas por queimadura química e falência múltipla dos órgãos em questão de minutos.

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Seria o Irã, o real problema? Que atitude  pode-se esperar de Israel que “tentou” vender armas nucleares  ao regime Apartheid da África do Sul?

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. texto abaixo retirado da Folha de São Paulo

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Documentos comprovam que Israel possui armas nucleares, diz jornal inglês

DE FOLHA DE SÃO PAULO – 23/05/2010 – 22h01

Documentos secretos da África do Sul revelam que Israel tentou vender armas nucleares para o país africano na época do apartheid, configurando-se como o primeiro documento oficial que evidencia que os israelenses possuem arsenal nuclear, informou o jornal britânico “The Guardian”.

Os documentos em questão, diz o jornal, são minutas de reuniões entre membros dos governos dos dois países realizadas em 1975.

Na ata, ministro da Defesa sul-africano na época, PW Botha, perguntou sobre as ogivas e o então ministro da Defesa de Israel, Shimon Peres, ofereceu as armas “em três tamanhos” –se referindo a armas convencionais, químicas e nucleares. Shimon Peres é o atual presidente israelense.

Markus Schreiber/AP

O presidente de Israel, Shimon Peres: segundo os documentos, ele tentou vender armas nucleares para a África do Sul

israel_pode

Os dois ministros ainda assinaram um acordo de cooperação militar entre os dois países, sendo que o próprio acordo continha uma cláusula que determinava o mesmo deveria se manter secreto.

Segundo o jornal britânico, os documentos foram descobertos pelo pesquisador americano Sasha Polakow-Suransky, que estuda a relação entre Israel e África do Sul e escreveu um livro sobre o tema.

O documento é a primeira evidência real de que Israel possui armas nucleares, a despeito de sua política de nem negar nem confirmar que possui este tipo de armamento.

Além disso, a revelação deixa um duplo embaraço diplomático para Israel. O primeiro é que nesta semana haverá discussões na ONU sobre sanções contra o Irã –país adversário de Israel– devido ao programa nuclear do país persa. Os israelenses estão entre os países que mais pressionam pelas sanções. O segundo é que cairia por terra um possívelargumento israelense de que, mesmo que tivesse armas nucleares, seria um país “responsável” o suficiente para mantê-las, uma vez que tentou vender o arsenal para outro país.

As atas das reuniões mostram ainda que os militares sul-africanos desejavam obter armas nucleares para ter um elemento de dissuasão ou até para potenciais conflitos contra países vizinhos.

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** Geopolítica é um campo de conhecimento multidisciplinar, que não se identifica com uma única disciplina, mas se utiliza principalmente da Teoria Política e da Geografia[1] ligado às Ciências HumanasCiências Sociais aplicadas e Geociências.A geopolítica considera a relação entre os processos políticos e as características geográficas — como localização, território, posse de recursos naturais, contingente populacional -, nas relações de poder internacionais entre os Estados e entre Estado e Sociedade.

O termo “Geopolítica” foi criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén, no início do século XX, inspirado pela obra de Friedrich RatzelPolitische Geographie (Geografia Política), de 1897.

As teorias geopolíticas costumam considerar o Estado enquanto organismo geográfico, ou seja, partindo do estudo da relação intrínseca entre a geografia e o poder. Método de análise que utiliza os conhecimentos da Geografia Física e da Geografia Humana para orientar a ação política do Estado.

Para José W. Vesentini:

Cquote1.png A palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia.[2] Cquote2.png

Para Bertha Becker:

Cquote1.png A geopolítica sempre se caracterizou pela presença de pressões de todo tipo, intervenções no cenário internacional desde as mais brandas até guerras e conquistas de territórios. Inicialmente, essas ações tinham como sujeito fundamental o Estado, pois ele era entendido como a única fonte de poder, a única representação da política, e as disputas eram analisadas apenas entre os Estados. Hoje, esta geopolítica atua, sobretudo, por meio do poder de influir na tomada de decisão dos Estados sobre o uso do território, uma vez que a conquista de territórios e as colônias tornaram-se muito caras. [3] Cquote2.png

De acordo com Demétrio Magnoli (1969), é a “ciência que concebe o Estado como um organismo geográfico ou como um fenômeno no espaço”.

“Seismic shift” in UK politics

quarta-feira, maio 12th, 2010
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According to almost all British newspapers, ‘Liberals’ and ‘Conservatives’ are now going to lead UK spending cuts and political reform. It is now the end for the ‘Labour’ war era.
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David Cameron and Nick Clegg set out plans for ‘seismic shift’ in UK politics

David Cameron and Nick Clegg at 10 Downing Street

David Cameron and Nick Clegg at 10 Downing Street. Photograph: Christopher Furlong/AP

Nick Clegg is to take personal charge of a massive programme of constitutional renewal, including a referendum bill on electoral reform passed by summer 2011, in what the prime minister, David Cameron, described today as a Liberal-Conservative government that marks a “historic and seismic shift” in British politics. On yet another breathless day at Westminster, Cameron and his deputy prime minister Clegg held a joint press conference in which both men displayed equal enthusiasm for turning their shotgun marriage brought about by a hung parliament, into a genuine partnership.

Cameron said the new government would end the chronic short-termism in British politics. Clegg said: “Until today we were rivals, and now we are colleagues. And that says a lot about the new politics which is now beginning to unfold. This is a new government and a new kind of government.” They also published a joint hard-edged memorandum negotiated over the last five days covering deficit reduction, environment, tax, banking reform, an annual cap on immigration, welfare and relations with Europe. A more detailed document will be published in a fortnight, as well as protocols on how the parties will retain their independence. On some issues, the two parties have fudged differences by setting up reviews, independent commissions or agreeing that the Liberal Democrats will be free to abstain – a decision that will ensure that measures such as new nuclear power stations can be passed without Clegg’s party actually having to endorse them.

There might also be difficulties ahead over electoral reform, with the Tories insisting that the number of MPs is reduced and the size of constituencies equalised – a move that could give the party an advantage at election time. On the central economic issues, the Conservatives have secured their red-line commitment to cut £6bn from public spending this year, as well as a greater emphasis on deficit reduction through spending cuts, as opposed to tax rises. Liberal Democrats have also watered down their plans for a giant redistributive tax switch, turning it more into a tax cut for middle-income earners. Previously the expensive reform was to be funded by a redistributive mansion tax and a tax on pensions allowances for higher earners, but these have been dropped.

The details of the policy agreement came to light as Cameron appointed his first full cabinet, which includes five Liberal Democrats and four women – including the first Muslim member of the cabinet. Among the eye-catching appointments were David Laws, a close Clegg ally, who has been appointed Treasury chief secretary. He will have responsibility for a potentially painful emergency budget in 50 days, as well as an autumn spending review that will see the savage cuts Clegg predicted taking place over the next three years. George Osborne, the youngest chancellor in over 180 years, told civil servants they were to treat Laws and himself as members of one government. Vince Cable, appointed business secretary, is surprisingly not being given responsibility for banking reform, but will sit on a joint committee.

The other two Liberal Democrats given seats at cabinet are Chris Huhne, as energy and climate change secretary and Danny Alexander as Scotland secretary. In the first sign of tensions between the two parties, the Conservatives had to countermand a Liberal Democrat briefing that Cameron would not be responsible for the dismissal of Lib Dem members of the new administration. William Hague, appointed foreign secretary, is to travel to Washington on Friday to discuss Afghanistan. The most senior female appointment is Theresa May as home secretary. May famously described the Tory party as the “nasty party”, and she will have to work closely with Kenneth Clarke who has been appointed lord chancellor and justice secretary.

The former shadow home secretary, Chris Grayling, has been demoted to a ministerial post in the work and pensions department under Iain Duncan Smith, a man likely to advance radical welfare reforms, including making benefits more conditional on working. He is a strong advocate of recognising marriage in the tax system. In one of the least noticed changes, Clegg has been given sprawling responsibility for political reform including a bill enabling a referendum on the alternative vote for electing the Commons. Liberal Democrats said the referendum is intended to take place in time to be implemented at the next election.

Clegg’s high-risk strategy will face its first test at a special party conference in Birmingham, but his audacious move is likely to receive a full endorsement. He will also face difficulties in handling a byelection in Thirsk and Malton, North Yorkshire, where the Liberal Democrat candidate, Howard Keal, refused to tame his anti-Tory rhetoric saying: “It’s a full-on fight, I hope disgruntled Conservatives – of which there are plenty – will lend me their vote and Labour supporters will vote tactically to help deliver a shock result.

Invictus

quinta-feira, maio 6th, 2010

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O sitio www.bartleby.com oferece uma vasta gama da literatura mundial, gratuitamente. Vale a pena conferir.

Invictus, de William Ernest Henley representa a força da resistência. Nelson Mandela citou algumas vezes este poema, como mostra o homônimo filme, durante o período em que saiu da prisão, após 30 anos, até assumir a presidência da África do Sul

This website: www.bartleby.com offers a vast amount of great world literature for free. Definitely it worths to check.

Invictus, of William Ernest Henley represents the strength of resistance. Nelson Mandela quoted it several times this poem, as homonymus movie, during the period right after 30 years in prison until become the first black President of South Africa.

Invictus

Out of the night that covers me,

Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


Para assistir ao filme, clique aqui

Lula é eleito o líder mais influente de 2010 pela “Time”

quinta-feira, abril 29th, 2010
Presidente Lula, símbolo da superação do Brasileiro. De metalúrgico a líder mais influente do mundo.

Presidente Lula, símbolo da superação do Brasileiro. De metalúrgico a líder mais influente do mundo.

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Em 2009, o presidente brasileiro Luis Inacio Lula da Silva havia sido escolhido “Homem do Ano”, pelo jornal francês Le Monde, agora a revista Times confere ao presidente o título de “líder mais influente do mundo em 2010”.

Um sonho brasileiro, um ícone mundial

Do jornal: Folha de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela revista “Time” o líder mais influente do mundo em 2010. É a primeira vez que um brasileiro lidera essa lista. A sétima edição da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo foi divulgada hoje pela revista.

A lista da “Times” é dividida em quatro categorias: líderes, heróis, artistas e pensadores. Lula lidera o ranking dos 25 líderes mais influentes do mundo.

Veja abaixo a lista dos 25 líderes mais influentes de 2010, segundo a “Time”:

  1. Luiz Inácio Lula da Silva
  2. J.T. Wang
  3. Mike Mullen
  4. Barack Obama
  5. Ron Bloom
  6. Yukio Hatoyama
  7. Dominique Strauss-Kahn
  8. Nancy Pelosi
  9. Sarah Palin
  10. Salam Fayyad
  11. Jon Kyl
  12. Glenn Beck
  13. Annise Parker
  14. Tidjane Thiam
  15. Jenny Beth Martin
  16. Christine Lagarde
  17. Tayyip Erdogan
  18. Stanley McChrystal
  19. Manmohan Singh
  20. Bo Xilai
  21. Mark Carney
  22. Carol Keehan
  23. Khalifa bin Zayed al-Nahyan
  24. Robin Li
  25. Scott Brown

Amorim diz que eleição de Lula como o mais influente não é surpresa


De: FÁBIO AMATO e SIMONE IGLESIAS da Sucursal de Brasília da Folha de São Paulo

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta-feira que não ficou surpreso com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o líder mais influente do mundo em 2010, feita pela revista norte-americana Time.

“Mas para vocês [a eleição de Lula] é alguma surpresa?”, perguntou Amorim a jornalistas após encontro com o presidente.

Questionado sobre o fato de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter ficado em quarto lugar no ranking da revista, o ministro disse em tom de brincadeira: “Poxa vida, que tristeza.”

Perguntado se a eleição fortalece a escolha de Lula para ocupar cargo na ONU (Organizações das Nações Unidas) no futuro, Amorim disse que “o presidente Lula é muito maior do que qualquer um desses postos”.

Lula é o primeiro brasileiro a liderar a lista da Time, que está em sua sétima edição, e enumera as 100 pessoas mais influentes do mundo.

Orgulho

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), comemorou ainda o fato de o presidente Lula ter sido eleito o líder mais influente do mundo em 2010 pela revista “Time”. Disse que os brasileiros precisam se orgulhar disso. “O Brasil ganhou importância política e econômica no exterior. É um motivo de comemoração.”

Arquivo 2009:

Israel é a maior ameaça para paz no Oriente Médio, diz premiê da Turquia

sábado, abril 10th, 2010
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Israel é a maior ameaça para paz no Oriente Médio, diz premiê da Turquia

Em encontro com Sarkozy, premiê também discute adesão à União Européia e possíveis sanções ao Irã

www.nazen.tk |  07 de abril de 2010 | 11h 13
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PARIS – Israel representa atualmente a “principal ameaça para a paz” no Oriente Médio, disse nesta quarta-feira, 7, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, durante uma visita a Paris, em um momento de forte tensão nas relações turco-israelenses.

Israel é a principal ameaça para a paz regional“, disse Erdogan a jornalistas antes de participar de um almoço de trabalho com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, segundo a agência de notícias AFP.

Se um país recorre à força de maneira desproporcional, na Palestina, em Gaza, (e) usa bombas de fósforo, não vamos dizer ‘parabéns’. Vamos lhe perguntar por que age dessa maneira“, disse o chefe do governo turco.

Houve um ataque que deixou 1.500 mortos (a ofensiva israelense contra Gaza no final de 2008 e início de 2009) e os motivos apresentados são falsos“, completou.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu condenou de imediato os “ataques” ditos pela Turquia, durante uma conferência de imprensa em Jerusalém.

“Nos interessa manter boas relações com a Turquia lamentamos que Erdogan decidiu atacar Israel o tempo todo”, declarou.

A Turquia tem sido tradicionalmente o principal aliado de Israel no mundo muçulmano, mas as relações entre os países se deterioraram desde a guerra em Gaza. Entretanto, apesar das tensões, os dois países têm mantido uma estreita relação em temas como cooperação militar.

O primeiro-ministro turco, chefe do partido islâmico-conservador AKP, se encontra em Paris para conseguir apoio para a adesão de seu país na União Europeia, uma ideia da qual o presidente francês Nicolas Sarkozy tem se mostrado oposto.

“Não vamos perder a esperança”, indicou Erdogan antes do encontro entre os dois chefes de estado. “Creio que Sarkozy poderia revisar sua postura.”

O chefe do governo turco enumerou os argumentos a favor da adesão, incluindo o papel que pode desempenhar como ponte entre Ocidente e o mundo muçulmano, e insistiu no nível de avanço das reformas alcançadas em seu país.

“A Turquia cumpre muitos dos critérios (de adesão) melhor que alguns dos 27 estados membros (da UE), desde os critérios políticos (chamados de Copenhague) até os critérios econômicos de Maastricht”, assinalou.

Apesar de buscar o ingresso do país há anos, a Turquia não pode começar as negociações de adesão até 2005. O processo tem tropeçado com frequência na hostilidade de certos países, e em obstáculos concretos, como a questão envolvendo o Chipre.

França e Alemanha propuseram à Turquia ser sócia privilegiada em lugar de membro.

Os dois dirigentes deviam abordar na reunião de hoje outro tema em desacordo: as sanções contra o Irã, suspeito de desenvolver um programa nuclear para fins militares.

Turquia – atualmente membro do Conselho de Segurança da ONU – se opõe a essas sanções, enquanto que a França e as outras potências ocidentais buscam impor uma terceira rodada de sanções contra Teerã.

“Até o momento, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem falado de probabilidades e não de certezas” sobre os objetivos militares do programa iraniano, indicou Erdogan. “Não é possível acusar um país baseando-se em probabilidades”, acrescentou.

Charge que circulou pela internet com o Título "Nazi Jew"

Netanyahu lamenta críticas feitas pela Turquia

Primeiro-ministro turco disse que Israel é a maior ameaça à paz no Oriente Médio

www.nazen.tk  |  do portal R7  |  link

AFP
Netanyahu fala à imprensa israelense nesta quarta-feira (7); primeiro-ministro lamentou críticas da Turquia, que disse que Israel é ameaça à paz na região


O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, lamentou nesta quarta-feira (7) as críticas feitas pelo primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que afirmou que Israel representa a principal ameaça para a paz no Oriente Médio

Durante entrevista coletiva, Netanyahu afirmou:

– A nós interessa ter boas relações com a Turquia e lamentamos que Erdogan tenha decidido atacar Israel o tempo todo.

As críticas contundentes de Erdogan foram dirigidas especialmente às ações militares israelenses nos territórios palestinos ocupados:

– Se um país recorre à força de maneira desproporcional, na Palestina, em Gaza, se usa bombas de fósforo, não vamos dizer “bravo”. Vamos perguntar por que atua desta maneira.

Para o primeiro-ministro da Turquia, a incursão israelense em Gaza do fim de 2008 e início de 2009 não teve justificativa:

– Houve um ataque que deixou 1.500 mortos (a ofensiva israelense ) e os motivos invocados são falsos.

Erdogan também fez referência ao relatório do juiz sul-africano Richard Goldstone, elaborado a pedido da ONU, que acusa Israel e os grupos palestinos de terem cometido crimes de guerra durante a operação em Gaza:

– Goldstone é judeu e seu relatório é claro.

Tradicionalmente, a Turquia sempre foi o principal aliado de Israel no mundo muçulmano, mas as relações entre os dois países se deterioraram desde a guerra em Gaza no final de 2008 e começo de 2009.

COPEL corre risco de privatização

domingo, abril 4th, 2010

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COPEL corre risco de privatização

02 de Abril de 2010

Companhia Paranaense de Energia Elétrica

No Paraná durante o Governo Lerner (1994-2002) ações da Companhia Paranaense de Energia – COPEL – pertencentes ao Estado do Paraná, serviram como garantia dm empréstimo realizado junto a União com o objetivo de ‘sanear‘ (tsc) as contas do Banco do Estado do Paraná – Banestado – para então vendê-lo em leilão. Posteriormente os ativos foram vendidos ao banco Itaú.

Durante o governo Requião, tal dívida não foi paga e, agora, a COPEL pode ir parar nas mãos do Itaú. O tema preocupa Orlando Pessuti, que em seu primeiro dia como Governador do Paraná, procurou o senador Osmar Dias para buscar saídas para o assunto.

texto publicado por Celso Nascimento na Gazeta do Povo

Orlando Pessuti recebeu o cargo de governador no fim da tarde de quinta-feira, 01 de Abril de 2010. O dia seguinte, feriado de Sexta-Feira Santa, já foi de trabalho: logo de manhã chamou à sua casa o senador Osmar Dias para uma longa conversa, que de política sucessória, embora ambos sejam candidatos, não teve quase nada – ou teve muito, não se sabe.

O tema que dominou o encontro, que durou das 9h às 11h30 com direito a apenas um cafezinho, foi administrativo e não político. Ambos combinaram uma ação conjunta para dar solução rápida, final e definitiva a um problema sobre o qual o ex-governador Roberto Requião discursou muito durante sete anos e fez quase nada, deixando para seu sucessor, em tamanho maior, a herança que recebeu do governo Jaime Lerner.

Trata-se do polêmico caso dos títulos públicos de estados e municípios que o Paraná adquiriu durante o processo de saneamento do Banestado e que, com a privatização do banco, ficaram com o comprador, o banco Itaú.

O Itaú cobra a quitação dos títulos, mas nada em mar de tranquilidade, pois, se o Paraná não pagar, pode fazer valer o que reza o contrato. E o contrato reza que, neste caso, ações da Copel, dadas em garantia, serão transferidas para o banco, que assume o controle da companhia estatal de energia. Isto é, a Copel corre o risco de ser privatizada!

A tragédia não termina aí. Puxemos a história: tudo começou em 1998 quando uma resolução do Senado permitiu ao governo paranaense que contraísse empréstimo de R$ 5,5 bilhões com o Tesouro da União para sanear o Banestado e colocá-lo à venda. Desde então, o governo paranaense já pagou R$ 7,5 bilhões mas ainda deve R$ 9,1 bilhões até 2029. Por que a dívida cresceu tanto? Porque Requião se negou a pagá-la e, ao assim proceder, o índice de correção mudou do IGP-DI para a taxa Selic, conforme rezam as normas.

Com isso, os repasses constitucionais do governo federal para o estado passaram a sofrer descontos maiores. Todos os meses, a União retém R$ 62 milhões do dinheiro que pertence ao Paraná. E ainda cobra R$ 6 milhões mensais de multa pela inadimplência. Total: R$ 68 milhões todos os meses – o equivalente, mais ou menos, a 3 mil casas populares.

Toda essa história serve para dizer duas coisas. A primeira: que a não solução do problema inviabiliza o bom desempenho de governos futuros. A segunda: que Orlando Pessuti, ao convidar Osmar Dias para conversar sobre o assunto, dá a primeira demonstração de que pretende fazer um governo em estilo bem diferente do de seu antecessor. Que prefere o diálogo com correntes variadas da política (inclusive com adversários) para alcançar resultados práticos.

É de Osmar Dias um projeto que anula a resolução do Senado de 1998 que gerou a pendenga toda. Esse projeto encontra-se na Comissão de Constituição de Justiça do Senado desde o ano passado. Se aprovado – e para isto basta o presidente Lula querer – o Paraná se livra da dívida. Requião berrou bastante na “escolinha” – mas não moveu palhas suficientes para que o projeto fosse aprovado.

Pessuti não quer agir assim; quer ajudar na aprovação. Por isso, chamou Osmar para conversar e para dar início à ação conjunta. Politicamente, isto pode significar, por exemplo, que os dois poderão agir juntos também no segundo turno das próximas eleições.

Lula: O Brasil no Oriente Médio

sábado, março 13th, 2010

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O Brasil hoje é chamado a atuar internacionalmente

Para compreender a importância da agenda internacional do Brasil e a ação de nossa política externa no conflito entre Israel e Palestina, trago aqui três reportagens sobre a viagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio.

A viagem marca a presença da política externa  brasileira no conflito de maior destaque mundial. O Brasil com Lula empenha-se para imprimir uma agenda de diálogo e negociação justa no mundo. Para isso atua em diversas frentes no intuito de colocar ‘na mesma mesa‘ Israel e a Palestina (ou o mundo Islâmico). Para isso o presidente brasileiro usa do comércio, política e até mesmo do esporte.

O Brasil amplia sua presença comercial e cultural na comunidade  internacional enquanto na política trabalha para garantir assento fixo no Conselho de Segurança da ONU.

As reportagens a seguir foram extraídas da agência francesa EFE, da inglesa BBC e da Al-Jazeera, do Qatar.

Lula defenderá criação de Estado palestino em visita a Israel, diz porta-voz

da Efe, em Brasília | 11/03/2010 – 20h24

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmará na próxima segunda-feira (15), durante viagem a Israel, sua posição a favor do diálogo com o Irã e da criação de um Estado palestino, informou nesta quinta-feira seu porta-voz, Marcelo Baumbach.

Lula chegará no domingo à noite a Jerusalém, primeira escala de uma viagem que também inclui visita aos territórios palestinos e à Jordânia. Ele deve oferecer novamente a ajuda do Brasil nos esforços por diálogo de paz no Oriente Médio.

O porta-voz declarou que a viagem de Lula coroará “o processo de aproximação com o Oriente Médio” iniciado pelo Brasil há mais de cinco anos com o objetivo de se transformar em “um agente” nas negociações para a pacificação da região.

Segundo Baumbach, Lula também expressará as críticas do Brasil à intenção de Israel de expandir seus assentamentos em Jerusalém Oriental, anunciada nesta quarta-feira e imediatamente condenada pela comunidade internacional.

Na segunda-feira, em Jerusalém, Lula se encontrará com o presidente israelense, Shimon Peres, receberá políticos da oposição e personalidades da sociedade civil.

Ele também deverá participar de uma sessão especial do Parlamento e se reunir com o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

Na terça-feira, Lula visitará o Museu do Holocausto, plantará uma árvore no Bosque de Jerusalém e conhecerá a Universidade Hebraica, para depois seguir rumo a Belém, onde será recebido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Abbas anunciou que desistiu de iniciar negociações indiretas com Israel, depois do anúncio israelense da construção de mais 1.600 casas em Ramat Shlomo, bairro de colonização habitado por judeus ultraortodoxos na área oriental de Jerusalém, que tem população majoritária de árabes e foi anexado por Israel em 1967.

No dia seguinte, o presidente irá a Ramala, onde conhecerá uma escola que funciona com cooperação do Brasil, e colocará uma oferenda de flores no mausoléu de Yasser Arafat, em companhia de Abbas.

Em suas reuniões com o presidente da ANP, Lula aproveitará para discutir os preparativos para a primeira Conferência Econômica da Diáspora Palestina, que será realizada no Brasil em julho deste ano.

Jordânia

De Ramala, Lula viajará para Amã, onde na própria quarta-feira será recebido pelo rei da Jordânia, Abdullah 2º, a quem considera um “interlocutor privilegiado” no conflito do Oriente Médio, disse Baumbach.

Na quinta-feira, antes de retornar ao Brasil, Lula se reunirá com o primeiro-ministro jordaniano, Samir Rifai, e assistirá ao encerramento de um encontro de empresários de ambos os países.

O porta-voz explicou que Lula também tinha a intenção de fazer uma visita à cidade histórica de Petra, mas cancelou os planos por questões de agenda e segurança.

Fonte:  EFE \ Folha

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Lula urges Israel settlement freeze

By Gabriel Elizondo in  on November 16th, 2009 | Al-Jazeera

Abbas e Lula

Palestine Leader, Abbas and brazilian president Lula da Silva

Abbas, left, urged Silva, right, to play a greater role in Israeli-Palestinian peace efforts [REUTERS]

Brazil’s president has called for an immediate end to Israeli settlement construction on Palestinian territory, following a meeting with his visiting Palestinian counterpart.

Luiz Inacio Lula da Silva made the comment on Friday in the north eastern city of Salvador after talks with Mahmoud Abbas, who is in Brazil on his first stop of a tour through Latin America.

“The expansion of West Bank settlements must be frozen,” Lula said.

“The borders of the future Palestinian state should be preserved, and freedom of movement needs to be guaranteed in the occupied territories.”

Stalled peace efforts

Israel approved the construction of 900 housing units in occupied East Jerusalem earlier this week, calling it part of a “routine building programme”.

The Palestinians say the settlement issue is central to efforts to restart stalled peace talks, and it has demanded that all construction is halted before they resume talks.

The Brazilian president pledged on Friday to help Abbas re-launch the stalled talks, saying the peace process would “benefit from the contribution of countries other than those traditionally involved” in negotiation efforts.

“From the smallest country in the world to the world’s largest country, among their priorities should be peace negotiations in the Middle East,” he said.

Abbas said he appreciated Brazil’s efforts to get involved in the process, but urged Lula to play a greater role in international peace efforts.

“With respect to you, President Lula, we would like you to have a role, and you’re ready for it,” Abbas said.

“We want you to play a role, which you have welcomed, and we welcome you playing a role like this, because we need you and your support and help.”

Abbas is also scheduled to travel to Argentina and Chile during his tour of the region.

Brazil as Middle East peace broker?

By Gabriel Elizondo in  on November 16th, 2009 | Al-Jazeera

Photo by Reuters

There are some interesting diplomatic dynamics from Brazil in relation to the Middle East, the Israeli-Palestinian conflict, and relations between Iran and the United States.

Consider these travel schedules:

ISRAEL: President Shimon Peres visited Brazil last week – Nov. 10 through 15 – making stops in Brasilia, Sao Paulo and Rio de Janeiro. Peres’ visit marked the first time an Israeli head of state visited Brazil since Zalman Shazar did so in July 1966. (The visit barely registered on international radar screens, or in Brazil for that matter, as on Peres’ first night in Brazil the country saw a nationwide power outage that cut electricity to nearly 90 million people.)

Nevertheless, Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva met with Peres in Brasila. Afterwards the foreign ministry sent out a press release trumpeting the fact both countries signed a cinematography co-production agreement.

Not exactly the stuff of dramatic ‘war versus peace’ diplomacy. But Peres and Lula likely talked about a lot more than Hollywood or Bollywood. They presumably spoke about Brazil’s potential role in peace in the Middle East.

“I understand (President Lula) introduced a program called ‘Lights for All.’…Therefore, Mr. President, come and turn on the lights in the Middle East.” – Israel’s President Shimon Peres addressing  his Brazilian counterpart, Luiz Inacio Lula da Silva, during a joint press conference in Brazil.

PALESTINIAN AUTHORITY: Palestinian President Mahmoud Abbas is coming to Brazil to meet with Lula in the Brazilian city of Salvador this Friday (Nov 20).

And two days later…

IRAN: Iran’s President Mahmoud Ahmadinejad lands in Brazil for meetings with Lula on 23 of November.

This means that in the span of 13 days Peres, Abbas, and Ahmadinejad will have all come to Brazil to meet with Lula.

Let me say that again: Peres. Abbas. Ahmadinejad. All coming to Brazil in the span of about 2 weeks to meet with Lula. It strikes me as incredible on so many levels. So let’s take a closer look at what’s going on here.

Brazil as intermediary? The headline in Sunday’s O Estado de S. Paulo newspaper read “Brazil intends to intermediate dialogue between Tehran and Washington.” That might say it all.

Brazil appears to possibly want to actively offer itself up as a diplomatic intermediary, triangulating between Israel, the Palestinians and Iran. That is a big job, usually reserved for the heavyweights of the diplomatic world. And Tel Aviv, Tehran and Ramallah might as well be on another planet when it comes to Brazil’s traditional sphere of diplomatic influence. Maybe not anymore.

Something in the works? Nobody is pretending the recent talks were, or plan to be, particularly substantive (nothing against the fine folks who probably worked very hard to put together that cinematography co-production agreement). Nobody is suggesting there was or will be any immediate, official, and binding mediation going on here between anybody.

But my hunch is that all parties involved are looking each other up and down to assess if Brazil can be trusted as a possible go-between on issues big or small. And perhaps, maybe, Lula will use all these meetings as an opportunity to answer the question if he wants to get himself deeply involved.

The Obama factor? There is strong speculation in Brazil that Obama’s first trip to South America as president will be to Brazil. And there is little doubt Obama looks to Brazil as the rising power that it rightfully has become.

The U.S. president has nominated the State Department’s top Latin America diplomat, Thomas Shannon, to become the American ambassador to Brazil. It was a move that reportedly thrilled Lula and the Brazilian diplomatic corp as a sign that Brazil was #1 on Obama’s South America agenda. And between Obama and Lula, there seems to be strong personal and genuine admiration between the two men.

So when Peres, Abbas and Ahmadinejad talk to Lula, they know they are speaking to a man who can call the White House and probably have the President pick up the phone in a hurry.

What’s it all mean? There are a lot of diplomatic undercurrents swirling right below the surface. Given all the above, you can connect the dots anyway you wish and come up with your own conclusions. But Brazil is, at minimum, expanding the sphere of countries it engages diplomatically, and maybe even going much, much further and jumping into a whole new realm of diplomacy as the Switzerland of South America.

Easy for Brazil when it comes to places like Honduras. But when it comes to the Middle East and U.S.-Iran relations, well, this isn’t Tegucigalpa folks. Is this the right strategy for Brazil and could it work? Or is it a futile effort from a country like Brazil – entering the heavyweight fighting class of Middle East diplomacy and now punching above its weight class?

Fonte: Al-Jazeera

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Palestinos elogiam decisão de Lula de pernoitar em Belém

O Muro de Belém

Para palestinos, em Belém Lula poderá ver muro que os separa de Israel

Palestinos ouvidos pela BBC Brasil nesta quarta-feira elogiaram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de passar uma noite na cidade de Belém, na Cisjordânia, durante sua visita ao Oriente Médio, prevista para ter inicio no dia 14 deste mês.

A decisão do presidente brasileiro de não seguir o protocolo habitual de chefes de Estado, que quando visitam o Oriente Médio costumam pernoitar em hotéis em Jerusalém e visitam os territórios palestinos por apenas algumas horas, é vista pelos palestinos como um “gesto de solidariedade”.

De acordo com o deputado Faez Saqqa, ex-representante da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) na América Latina e um dos líderes do partido Fatah, a liderança palestina quer mostrar a Lula a vida “sob a ocupação israelense”.

“Em Belém, Lula poderá ver de perto o muro que Israel construiu na Cisjordânia, que divide a cidade em duas partes. Ele também poderá observar, da janela do hotel onde ficará hospedado, os campos de refugiados palestinos e os assentamentos israelenses”, disse Saqqa, que participa da organização da agenda da visita.

Divisão simétrica

O fato de Lula ter optado por passar um dia e meio em Israel e um dia e meio na Cisjordânia está sendo interpretado pelos palestinos como um sinal de que o Brasil poderia vir a ser um “mediador honesto” na resolução do conflito.

Já do ponto de vista de Israel, a visita de Lula será “um pouco curta”.

“Visitas de chefes de Estado do nível do presidente Lula geralmente têm a duração de três dias”, disse à BBC Brasil a embaixadora Dorit Shavit, diretora do departamento de América Latina do ministério das Relações Exteriores de Israel.

“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém não nos surpreende, pois em seu discurso ele sempre cria a simetria”, acrescentou a embaixadora israelense.

Shavit disse ainda que o país “está muito contente com a perspectiva da visita, pois está ciente da importância do Brasil e tem interesse de estreitar as relações entre os dois países”.

Segundo as autoridades israelenses, os compromissos do presidente brasileiro durante o dia e meio que ele vai passar em Israel ainda não estão totalmente definidos e, em vista do tempo curto da visita, provavelmente alguns dos planos originais terão que ser cancelados.

Ocupação

Do lado palestino, a agenda de Lula parece já estar acertada.

Em vez de se reunir com o presidente brasileiro em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, como é feito habitualmente, o presidente palestino Mahmoud Abbas decidiu que as reuniões politicas serão realizadas na cidade de Belém.

Segundo o deputado Faez Saqqa, a razão da decisão é mostrar ao presidente Lula “como é a vida dos palestinos sob a ocupação israelense”.

Saqqa também disse que o povo palestino “aprecia altamente o papel do presidente Lula e sua visão sobre o conflito no Oriente Médio”.

“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém é um sinal de sua solidariedade evidente com a causa palestina”, acrescentou.

Integrantes do departamento de negociações da OLP, que pediram para não ter seus nomes identificados, também afirmaram ver como positiva a presença de Lula em Belém.

“O próprio fato de que o presidente brasileiro irá pernoitar em uma cidade palestina passa uma mensagem muito forte para o mundo, de que apesar de todas as nossas dificuldades decorrentes da ocupação israelense somos capazes de receber uma visita desse nível”, disse um integrante do departamento à BBC Brasil.

O funcionário também disse esperar que a visita de Lula a Belém incentive turistas estrangeiros a visitar a cidade, “pois demonstrará que Belém é um lugar seguro”.

Fonte: BBC Brasil

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Jobim critica interferência norte-americana na relação entre Brasil e Irã

segunda-feira, março 8th, 2010

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introdução por Nazen Carneiro

A relação diplomática do Estado Brasileriro com outros Países não pode sofrer intereferências de estados terceiros. Durante recente visita da secretária de estado norte0americana, Hillary Clinton, ao Brasil, como parte de um ‘circuito‘ de visitas a países sulamericanos, a mesma advertiu o Brasil sobre seu papel na negociação do programa nuclear iraniano.

Jobim critica interferência norte-americana na relação entre Brasil e Irã

Kennedy Alencar é repórter especial da Folha Online

Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, o ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou que o Brasil não pode deixar “que outros países digam quem são seus interlocutores”. A frase, dita no programa “É Notícia”, da RedeTV!, foi dada em resposta à recente declaração da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que disse que o Irã está enganando os que acreditam em acordo para o uso da energia nuclear para fins pacíficos –incluindo o Brasil.

Hillary veio ao Brasil na última quarta-feira (3) com a missão de pedir ao governo brasileiro que apoie o endurecimento das sanções contra o Irã, para tentar forçá-lo a manter o programa nuclear nos limite do uso pacífico. No mesmo dia, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia afirmado não ser prudente “encostar o Irã na parede”, mas sim investir no diálogo para resolver o impasse sobre o programa nuclear de Teerã.

Imprensa prepara campanha contra candidatura de Dilma Roussef – PT

quarta-feira, março 3rd, 2010

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Imprensa prepara campanha contra candidatura de Dilma Roussef – PT

de Bia Barbosa para o site Carta Maior

Em seminário promovido pelo Instituto Millenium em SP, representantes dos principais veículos de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia. Eles acreditam que se Dilma for eleita o stalinismo será implantado no Brasil. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, sentenciou Arnaldo Jabor.

Se algum estudante ou profissional de comunicação desavisado pagou os R$ 500,00 que custavam a inscrição do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, acreditando que os debates no evento girariam em torno das reais ameaças a esses direitos fundamentais, pode ter se surpreendido com a verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação nesta segunda-feira, em São Paulo.

Promovido por um instituto defensor de valores como a economia de mercado e o direito à propriedade, e que tem entre seus conselheiros nomes como João Roberto Marinho, Roberto Civita, Eurípedes Alcântara e Pedro Bial, o fórum contou com o apoio de entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER (Associação Nacional de Editores de Revista), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade). E dedicou boa parte das suas discussões ao que os palestrantes consideram um risco para a democracia brasileira: a eleição de Dilma Rousseff.

A explicação foi inicialmente dada pelo sociólogo Demétrio Magnoli, que passou os últimos anos combatendo, nos noticiários e páginas dos grandes veículos, políticas de ação afirmativa como as cotas para negros nas universidades. Segundo ele, no início de sua história, o PT abrangia em sua composição uma diversidade maior de correntes, incluindo a presença de lideranças social-democratas. Hoje, para Magnoli, o partido é um aparato controlado por sindicalistas e castristas, que têm respondido a suas bases pela retomada e restauração de um programa político reminiscente dos antigos partidos comunistas.

“Ao longo das quatro candidaturas de Lula, o PT realizou uma mudança muito importante em relação à economia. Mas ao mesmo tempo em que o governo adota um programa econômico ortodoxo e princípios da economia de mercado, o PT dá marcha ré em todos os assuntos que se referem à democracia. Como contraponto à adesão à economia de mercado, retoma as antigas idéias de partido dirigente e de democracia burguesa, cruciais num ideário anti-democrático, e consolida um aparato partidário muito forte que reduz brutalmente a diversidade política no PT. E este movimento é reforçado hoje pelo cenário de emergência do chavismo e pela aliança entre Venezuela e Cuba”, acredita. “O PT se tornou o maior partido do Brasil como fruto da democracia, mas é ambivalente em relação a esta democracia. Ele celebra a Venezuela de Chávez, aplaude o regime castrista em seus documentos oficiais e congressos, e solta uma nota oficial em apoio ao fechamento da RCTV”, diz.

A RCTV é a emissora de TV venezuelana que não teve sua concessão em canal aberto renovada por descumprir as leis do país e articular o golpe de 2000 contra o presidente Hugo Chávez, cujo presidente foi convidado de honra do evento do Instituto Millenium. Hoje, a RCTV opera apenas no cabo e segue enfrentando o governo por se recusar a cumprir a legislação nacional. Por esta atitude, Marcel Granier é considerado pelos organizadores do Fórum um símbolo mundial da luta pela liberdade de expressão – um direito a que, acreditam, o PT também é contra.

“O PT é um partido contra a liberdade de expressão. Não há dúvidas em relação a isso. Mas no Brasil vivemos um debate democrático e o PT, por intermédio do cerceamento da liberdade de imprensa, propõe subverter a democracia pelos processos democráticos”, declarou o filósofo Denis Rosenfield. “A idéia de controle social da mídia é oficial nos programas do PT. O partido poderia ter se tornado social-democrata, mas decidiu que seu caminho seria de restauração stalinista. E não por acaso o centro desta restauração stalinista é o ataque verbal à liberdade de imprensa e expressão”, completou Magnoli.

O tal ataque
Para os pensadores da mídia de direita, o cerco à liberdade de expressão não é novidade no Brasil. E tal cerceamento não nasce da brutal concentração da propriedade dos meios de comunicação característica do Brasil, mas vem se manifestando há anos em iniciativas do governo Lula, em projetos com o da Ancinav, que pretendia criar uma agência de regulação do setor audiovisual, considerado “autoritário, burocratizante, concentracionista e estatizante” pelos palestrantes do Fórum, e do Conselho Federal de Jornalistas, que tinha como prerrogativa fiscalizar o exercício da profissão no país.

“Se o CFJ tivesse vingado, o governo deteria o controle absoluto de uma atividade cuja liberdade está garantida na Constituição Federal. O veneno antidemocrático era forte demais. Mas o governo não desiste. Tanto que em novembro, o Diretório Nacional do PT aprovou propostas para a Conferência Nacional de Comunicação defendendo mecanismos de controle público e sanções à imprensa”, avalia o articulista do Estadão e conhecido membro da Opus Dei, Carlos Alberto Di Franco.

“Tínhamos um partido que passou 20 anos fazendo guerra de valores, sabotando tentativas, atrapalhadas ou não, de estabilização, e que chegou em 2002 com chances de vencer as eleições. E todos os setores acreditaram que eles não queriam fazer o socialismo. Eles nos ofereceram estabilidade e por isso aceitamos tudo”, lamenta Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que faz questão de assumir que Fernando Henrique Cardoso está à sua esquerda e para quem o DEM não defende os verdadeiros valores de direita. “A guerra da democracia do lado de cá esta sendo perdida”, disse, num momento de desespero.

O deputado petista Antonio Palocci, convidado do evento, até tentou tranqüilizar os participantes, dizendo que não vê no horizonte nenhum risco à liberdade de expressão no Brasil e que o Presidente Lula respeita e defende a liberdade de imprensa. O ministro Hélio Costa, velho amigo e conhecido dos donos da mídia, também. “Durante os procedimentos que levaram à Conferência de Comunicação, o governo foi unânime ao dizer que em hipótese alguma aceitaria uma discussão sobre o controle social da mídia. Isso não será permitido discutir, do ponto de vista governamental, porque consideramos absolutamente intocável”, garantiu.

Mas não adiantou. Nesta análise criteriosa sobre o Partido dos Trabalhadores, houve quem teorizasse até sobre os malefícios da militância partidária. Roberto Romano, convidado para falar em uma mesa sobre Estado Democrático de Direito, foi categórico ao atacar a prática política e apresentar elementos para a teoria da conspiração que ali se construía, defendendo a necessidade de surgimento de um partido de direita no país para quebrar o monopólio progressivo da esquerda.

“O partido de militantes é um partido de corrosão de caráter. Você não tem mais, por exemplo, juiz ou jornalista; tem um militante que responde ao seu dirigente partidário (…) Há uma cultura da militância por baixo, que faz com que essas pessoas militem nos órgãos públicos. E a escolha do militante vai até a morte. (…) Você tem grupos políticos nas redações que se dão ao direito de fazer censura. Não é por acaso que o PT tem uma massa de pessoas que considera toda a imprensa burguesa como criminosa e mentirosa”, explica.

O “risco Dilma”
Convictos da imposição pelo presente governo de uma visão de mundo hegemônica e de um único conjunto de valores, que estaria lentamente sedimentando-se no país pelas ações do Presidente Lula, os debatedores do Fórum Democracia e Liberdade de Expressão apresentaram aos cerca de 180 presentes e aos internautas que acompanharam o evento pela rede mundial de computadores os riscos de uma eventual eleição de Dilma Rousseff. A análise é simples: ao contrário de Lula, que possui uma “autonomia bonapartista” em relação ao PT, a sustentação de Dilma depende fundamentalmente do Partido dos Trabalhadores. E isso, por si só, já representa um perigo para a democracia e a liberdade de expressão no Brasil.

“O que está na cabeça de quem pode assumir em definitivo o poder no país é um patrimonialismo de Estado. Lula, com seu temperamento conciliador, teve o mérito real de manter os bolcheviques e jacobinos fora do poder. Mas conheço a cabeça de comunistas, fui do PC, e isso não muda, é feito pedra. O perigo é que a cabeça deste novo patrimonialismo de estado acha que a sociedade não merece confiança. Se sentem realmente superiores a nós, donos de uma linha justa, com direito de dominar e corrigir a sociedade segundo seus direitos ideológicos”, afirma o cineasta e comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor. “Minha preocupação é que se o próximo governo for da Dilma, será uma infiltração infinitas de formigas neste país. Quem vai mandar no país é o Zé Dirceu e o Vaccarezza. A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, alerta Jabor.

Para Denis Rosenfield, ao contrário de Lula, que ganhou as eleições fazendo um movimento para o centro do espectro político, Dilma e o PT radicalizaram o discurso por intermédio do debate de idéias em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, lançado pelo governo no final do ano passado. “Observamos no Brasil tendências cada vez maiores de cerceamento da liberdade de expressão. Além do CFJ e da Ancinav, tem a Conferência Nacional de Comunicação, o PNDH-3 e a Conferência de Cultura. Então o projeto é claro. Só não vê coerência quem não quer”, afirma. “Se muitas das intenções do PT não foram realizadas não foi por ausência de vontades, mas por ausência de condições, sobretudo porque a mídia é atuante”, admite.

Hora de reagir
E foi essa atuação consistente que o Instituto Millenium cobrou da imprensa brasileira. Sair da abstração literária e partir para o ataque.
“Se o Serra ganhasse, faríamos uma festa em termos das liberdades. Seria ruim para os fumantes, mas mudaria muito em relação à liberdade de expressão. Mas a perspectiva é que a Dilma vença”, alertou Demétrio Magnoli.

“Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva”, disse Jabor, convocando os presentes para a guerra ideológica.

“Na hora em que a imprensa decidir e passar a defender os valores que são da democracia, da economia de mercado e do individualismo, e que não se vai dar trela para quem quer a solapar, começaremos a mudar uma certa cultura”, prevê Reinaldo Azevedo.

Um último conselho foi dado aos veículos de imprensa: assumam publicamente a candidatura que vão apoiar. Espera-se que ao menos esta recomendação seja seguida, para que a posição da grande mídia não seja conhecida apenas por aqueles que puderam pagar R$ 500,00 pela oficina de campanha eleitoral dada nesta segunda-feira.

Fotos:  Bia Barbosa

veja materia no site de Carta Maior

PT deve dizer “não” a PMDB, afirma Singer

segunda-feira, fevereiro 22nd, 2010
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André Singer, ex-porta voz da Presidência da República do Brasil, em breve entrevista ao jornal  Folha de São Paulo critica o pragmatismo da política de alianças do Partido dos Trabalhadores para as eleições de 2010 e defende alianças baseadas em proximidade ideológica e programática para emplacar a continuidade do projeto petista para o Brasil.
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PT deve dizer “não” a PMDB, afirma Singer

21/02/2010 – 08h04  |  De: Ana Flor, da Folha de S.Paulo

Num momento em que a simples menção ao PMDB no documento petista sobre políticas de alianças provocou intenso debate no congresso do partido que terminou ontem –e que resolveu não citar a sigla como principal aliada na campanha–, o cientista político André Singer vai além: defende que o PT tenha coragem de dizer “não” ao PMDB.


Singer, que foi secretário de Imprensa e porta-voz da Presidência no primeiro mandato de Lula, afirma que o “baixo teor programático do PMDB é danoso para o sistema partidário brasileiro” e que o PT ganharia mais se desse preferência a uma aliança com o PSB.
FOLHA – O PT ainda é um partido de massas e de trabalhadores?
ANDRÉ SINGER – Continua sendo, mas já com as mudanças que eram previsíveis, de acordo com a trajetória dos grandes partidos socialistas das democracias ocidentais. O PT teve uma trajetória de sucesso eleitoral relativamente rápida. Isso faz com que o peso no partido dos que têm mandato comece a crescer. Essa trajetória faz com que o grau de participação, a chamada militância, vá diminuindo ao longo do tempo. Não é mais a militância da primeira década.
FOLHA – O que fez a influência de Lula crescer tanto no partido?
SINGER – O principal fator é o que eu tenho chamado de lulismo. É um fenômeno novo. Não é o resultado, ao meu ver, de um realinhamento eleitoral. A base social que elegeu Lula em 2006 é diferente da que o elegeu em 2002. Essa nova base social são os eleitores de baixíssima renda, foram o resultado de políticas de governo do primeiro mandato. Esse primeiro mandato significou uma mudança tão importante na estrutura eleitoral do país que deu ao presidente uma base que é relativamente autônoma do partido.
FOLHA – É uma base diferente daquela que sustenta o PT?
SINGER – O PT tem uma base eleitoral ampla, mas é uma base historicamente de classe média. O lulismo trouxe essa novidade de estar ancorado nessa base de baixo. Isso faz com que a adesão seja mais a uma figura que tem grande visibilidade do que a uma instituição, a um partido. Eu acho que é possível que haja uma convergência entre essa base social e o PT.
FOLHA – Se essa adesão ao projeto se confirmar, garantiria, então, a eleição da escolhida do presidente?
SINGER – É a minha percepção. É mais uma adesão de projeto do que carismática.
FOLHA – Quais os efeitos, para o PT, de uma aliança com o PMDB?
SINGER – O PMDB tem se caracterizado por ser um partido de baixo teor programático, o que é danoso para o sistema partidário brasileiro. Faz com que a política fique parecendo algo que diz respeito aos interesses dos políticos.
FOLHA – Então é ruim para o PT?
SINGER – A opção preferencial pelo PMDB fortalece esse aspecto negativo. Ela é compreensível do ponto de vista pragmático. Na minha opinião, o PT deveria arcar com um certo risco de procurar primeiro os partidos que estão mais próximos a ele no campo de esquerda e de centro-esquerda. No caso, o PSB, que tem como pré-candidato Ciro Gomes. O PSB ainda é um partido ideologicamente mais próximo do PT. Eu também poderia me referir ao PDT, ao PC do B. O PT deveria retomar uma prática de que suas alianças fossem orientadas pelo programa.
FOLHA – O PT decidiu não correr o risco por ter uma candidata eleitoralmente fraca?
SINGER – Eu acho que o problema é de outra natureza. Acho que o pragmatismo é uma força extraordinária em partidos eleitorais. Todo partido tende a ser fortemente pragmático.
FOLHA – Mas se o candidato fosse alguém mais conhecido do eleitor, seria diferente?
SINGER – Eu não sei. Uma vez estabelecidos os critérios pragmáticos, como o tempo na TV e essa relativa capilaridade eleitoral [do PMDB], sempre será um elemento fortemente levado em consideração. O que está em jogo é pragmatismo versus opção programática.
FOLHA – O fato de Lula ter escolhido a candidata enfraquece o PT?
SINGER – Essa é uma condição que está relacionada com a grande influência de uma liderança carismática, que tem os votos. Sem dúvida, ela significa que o partido é fortemente influenciado por essa liderança.
FOLHA – O lulismo pode engolir o PT?
SINGER – A questão se vai haver essa convergência ou não vai depender de em que medida esses eleitores que a meu ver aderiram ao lulismo irão pouco a pouco votar no PT. Nas eleições de 2006 os estudos mostram que isso não aconteceu. A base social do PT continua sendo a base social tradicional, mais forte no Sudeste e no Sul do que no interior do Norte e Nordeste. Dá para ver essa diferença entre lulismo e petismo.