Archive for the ‘brasil’ Category

A resistência brasileira contra a Ditadura

segunda-feira, agosto 16th, 2010

A resistência brasileira contra a Ditadura

Da ARENA vem os políticos aliados da ditadura, representados hoje pelo DEMO, ex-PFL, e PSDB. Abaixo algumas ligações entre frentes de resistência a ditadura no Brasil (1964-85) e o panorama atual dos partidos políticos.

PCB = PPS
MNR + VPR = PDT
MR-8 + PCBR = PMDB
PCBR + ALAN = PT
PCdoB + AP = PCdoB

Pré – 1964

PCB

Partido Comunista Brasileiro (1922 -):

Até meados dos anos 60, foi a principal referência da esquerda no Brasil. Sob influência soviética e contrário à luta armada, deu origem a uma série de movimentos dissidentes que se transformaram nos principais grupos guerrilheiros de combate à ditadura.

Principais nomes: Luís Carlos Prestes, Carlos Marighela e Mário Alves.

Militantes: Cerca de 1 000.


Carlos Marighela

PCdoB

Partido Comunista do Brasil (1962 -):

Primeira dissidência do PCB contrária à linha pacifista. Foi o único grupo a realizar ações de guerrilha rural no país. Entre 1972 e 1974, cerca de 70 combatentes enfrentaram até 20 mil soldados na Guerrilha do Araguaia.

Principais nomes: Pedro Pomar e João Amazonas.

Militantes: Cerca de 300.

MNR

Movimento Nacionalista Revolucionário (1964–1967):

Bem articulado e estruturado em 1964, era o grupo que os militares mais temiam nos primeiros anos após o golpe.Tinha apoio de Cuba – Fidel Castro acreditava que o MNR faria a revolução socialista no Brasil.

Principais nomes: Leonel Brizola.

Militantes: Cerca de 100.

AP

Ação Popular (1962–1973):

Formada por militantes de esquerda ligados à Juventude Católica e com forte adesão dentro do movimento estudantil, apoiava as reformas de base e as lutas trabalhistas. Alguns religiosos ligados à AP cediam os mosteiros para as reuniões clandestinas dos grupos guerrilheiros.

Principais nomes: José Serra e Herbert de Souza (Betinho).

Militantes: Cerca de 400.

POLOP

Política Operária (1961-1967):

Uma das matrizes da esquerda brasileira, foi o primeiro agrupamento a se organizar como alternativa partidária ao PCB. Dava mais importância ao debate teórico e doutrinário do que à ação armada.

Principais nomes: Emir Sader, Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio e Dilma Roussef

Militantes: Cerca de 100.

1964 – 1968

MR8

Movimento Revolucionário 8 de Outubro (1966 -):

Serviu de abrigo a grupos menores, como a Dissidência da Guanabara, formada pelos estudantes que tiveram a idéia de seqüestrar diplomatas estrangeiros. A ação de maior sucesso envolveu o embaixador americano Charles Elbrick.

Principais nomes: Franklin Martins e Fernando Gabeira.

Militantes: Cerca de 100.


Fernando Gabeira

PCBR

Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (1968–1970):

Inspirado nos ideais do líder chinês Mao Tsé-tung, era formado por ex-dirigentes do PCB que acreditavam na guerrilha rural. A organização, porém, praticou apenas ações urbanas voltadas à divulgação dos ideais comunistas.

Principais nomes: Mário Alves e Jacob Gorender.

Militantes: Cerca de 100.

ALN

Ação Libertadora Nacional (1968–1974):

Estudantes universitários e ex-militantes do PCB formaram a organização mais ativa entre as que atuavam na guerrilha urbana. Suas principais ações incluíram o comando do seqüestro do embaixador dos EUA, ao lado do MR-8.

Principais nomes: Carlos Marighela, José Dirceu e Frei Beto.

Militantes: Cerca de 250.

VPR

Vanguarda Popular Revolucionária (1968–1969):

Militares cassados e ex-integrantes da Polop formaram um dos grupos de maior atividade do período. Contrário ao controle do Estado pelo Exército, o capitão desertor Lamarca roubou armas do quartel para usá-las contra a ditadura militar

Principais nomes: Carlos Lamarca e  Dilma Roussef

Militantes: Cerca de 200

COLINA

Comando de Libertação Nacional (1967–1969):

Pequeno grupo mineiro com ramificações no Rio de Janeiro, era formado por ex-militarese ex-integrantes da Polop. Como meio de obter recursos para viabilizar a guerrilha rural, praticava assaltos a bancos e a trens pagadores.

Principais nomes: Sargento João Lucas Alves  e  Dilma Roussef

Militantes: Cerca de 75.

Pós – 1968

MOLIPO

Movimento de Libertação Popular (1971–1972):

Dissidência da ALN formada por militantes que fizeram treinamento de guerrilha em Cuba. Infiltrado por um espião do governo, porém, o grupo foi praticamente eliminado pouco após seus líderes retornarem ao Brasil.

Principais nomes: José Dirceu e Beth Mendes.

Militantes: Cerca de 50.


José Dirceu

VAR-PALMARES

Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (1969–1971):

Foi responsável pelo assalto mais lucrativo do período: o da casa de Ana Capriglione, conhecida como amante do governador de São Paulo, Adhemar de Barros. Na ação, 2,5 milhões de dólares foram roubados.

Principais nomes: Carlos Lamarca e João Lucas Alves.

Militantes: Cerca de 200.

VPR

Vanguarda Popular Revolucionária (1969–1971):

Após o assalto a Ana Capriglione, a VPR se separou da VAR-Palmares. Em 1971, a organização seqüestrou o embaixador suíço, Giovanni Bucher. Os militares se recusaram a negociar e o grupo decidiu matá-lo. Lamarca discordou e fez prevalecer sua vontade. Mas acabou abandonando a organização para militar no MR-8. As ramificações no movimento estudantil através da Colina fez a organização crescer e se espalhar.

Principais nomes: Carlos Lamarca e Dilma Roussef

Militantes: Segundo a revista Época de agosto de 2010, chegou a ter 700 participantes


Carlos Lamarca

E hoje?

Com suas organizações praticamente aniquiladas pela ditadura no início dos anos 70, a maioria dos guerrilheiros abandonou a luta armada. Ao longo da década, alguns militantes aderiram ao MDB, único partido de oposição ao regime. Nos anos 80, com a anistia e a abertura política, começaram a se organizar em partidos que existem até hoje. Conheça algumas influências.

PCB = PPS

MNR + VPR = PDT

MR-8 + PCBR = PMDB

PCBR + ALAN = PT

PCdoB + AP = PCdoB

Lançamento do livro “Muito Além do Jardim” em Curitiba

quinta-feira, junho 24th, 2010

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Nada a ver com o filme de Hal Ashby de 1979 com Shirley McLane, acontece hoje, coquetel de lançamento do livro “Muito Além do Jardim“, de Lygia Pupatto, as 19h no ‘Palacete dos Leões’ em Curitiba.


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Lygia Pupatto lança livro sobre experiência no Governo Estadual

24 de Junho de 2010 | de: PT Paraná

lancamento do livro "Muito além do jardim"

Professora relata o processo de criação do maior programa de Extensão Universitária do Brasil no período em que foi secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

A professora Lygia Pupatto, ex-secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), lança nesta quinta-feira (24), o livro “Muito além do jardim”, que retrata a experiência de criar no Paraná o maior programa de extensão universitária do Brasil. Chamado “Universidade Sem Fronteiras”, reuniu 4 mil estudantes de todas as regiões do estado em diferentes ações sociais, beneficiando mais de 280 municípios paranaenses.

Na condição de testemunha ocular do processo, Lygia relata o desenvolvimento da iniciativa, que envolveu progressivamente universidades e faculdades, institutos de pesquisa, ONGs e prefeituras, criando e fortalecendo os laços entre estes agentes sociais e os agricultores familiares, pequenos empresários, associações comunitárias, remanescentes de quilombolas, pescadores e outras comunidades tradicionais.
A expectativa é que o livro incentive a reprodução do programa Universidade Sem Fronteiras em outras partes do país, como forma de diminuir a desigualdade social e envolver as universidades com a realidade da população brasileira. Neste sentido, já tramita na Assembléia Legislativa do Paraná, um projeto de lei que propõe a adoção da iniciativa como política de Estado, uma vez que ela já deu certo durante o atual governo. “A extensão sempre foi o primo pobre nas universidades, mas o Programa Universidade Sem Fronteiras veio dar a devida atenção a esta atividade, atuando com a agricultura familiar, incubadoras e direitos sociais, diálogos culturais, apoio à saúde e tecnologia empresarial. “O livro mostra, na prática, o encontro do conhecimento científico com a sabedoria popular, da universidade com a sociedade, do poder público com quem dele mais precisa. E revela um Paraná que não se vê só de olhar no mapa”, resume Lygia.

Serviço
Lançamento do Livro: “Muito Além do Jardim” – Lygia Pupatto
Quinta-feira 24/06 – 19h
Palacete dos Leões – BRDE
Rua João Gualberto, 530. Alto da Glória – Curitiba
Entrada Franca
Maiores informações: (41) 3078-2375

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Sobre

blog de Nazen Carneiro @ nazen.tk


“Comentários islamofóbicos, anti-semitas e anti-árabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes” (*)


O comunicador e ativista político, Nazen Carneiro, formado em Relações Públicas pela Universidade Federal do Paraná, foi correspondente internacional temporário de “Gazeta do Povo” em Teerã, no Irã. Já fez reportagens do Irã, Romênia, Turquia e Grécia, escrevendo sobre a relação do Oriente Médio com o mundo.

Tendo passado pelo Rádio, atua também como ativista cultural e produtor independente do evento mundial pela paz, Earthdance.

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Syngenta é condenada na Europa por violações de direitos humanos no Brasil

terça-feira, maio 18th, 2010

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Me foi encaminhada pelo companheiro Érico Massoli esta notícia que, para os céticos dos malefeitos das empresas de sementes transgênicas, cai como uma bomba!

No Paraná estamos alertas sobre os riscos da atuação da Syngenta e Monsanto no mercado de sementes. Escravizando o agricultor, taxando a produção, monopolizando o mercado e pior: usando o povo brasileiro de cobaia! Pois os europeus não aceitam alimento transgênicos uma vez que não se sabe os perigos que o consumo destes produtos em medio-longo prazo podem causar.

leia reportagem abaixo.

Syngenta é condenada na Europa por violações de direitos humanos no Brasil


A empresa transnacional suíça Syngenta, produtora de sementes transgênicas, foi denunciada e condenada no IV Tribunal Permanente dos Povos, realizado em Madrid de 13 a 17 de maio deste ano. Esta foi a segunda acusação feita contra a empresa no Tribunal, só que desta vez relacionada a violações de direitos humanos decorrentes da sua atuação com transgênicos, agrotóxicos e domínio de mercado de sementes. A primeira acusação (veja aqui ) esteve relacionada com o assassinato do trabalhador rural Keno no ano de 2007, em um campo experimental da empresa no Paraná.

A Via Campesina e a Terra de Direitos, baseados em estudos técnicos da Secretaria de Abastecimento e Agricultura do Paraná, acusaram a Syngenta de contaminação genética. Perante o tribunal ficou provado que o Milho BT 11 da transacional está contaminando as lavouras de milho não transgênicos no Brasil. O agricultor Valdeci Cella, produtor de sementes crioulas em Anchieta (SC), afirmou que “estamos tentando criar alternativas ao modelo de agricultura imposto pelas transnacionais, em especial pela Syngenta no Brasil. Nossa proposta agroecológica de agricultura está sendo ameaçada pela contaminação genética, por uso indiscriminado de agrotóxicos e por práticas ilegais de mercado da empresa. Nosso modo de vida está ameaçado”.

syngenta-assassina

Durante a acusação também foi demonstrado que a Syngenta, junto com outras empresas do setor, está tentando impor um modelo de agricultura baseada no monocultivo em larga escala, no uso abusivo de agrotóxicos e no patenteamento de sementes. O assessor jurídico da Terra de Direitos, Fernando Prioste, afirmou perante os juízes que “já existem lugares, como no sul do Brasil, em que agricultores já não encontram mais sementes não transgênicas de soja no mercado. As transnacionais compram as pequenas produtoras de sementes e impõem sua semente transgênica como única opção no mercado. Isso faz com que os agricultores tenham que abandonar suas práticas tradicionais de agricultura, para serem submetidos a um modelo de produção em que consumidores e trabalhadores perdem, enquanto a empresa tenha grandes lucros”.


Na sentença proferida, o tribunal avaliou as várias violações de direitos humanos e condenou, moral e politicamente, as ações das empresas transnacionais e dos governos que são cúmplices e, ao mesmo tempo, atores destas violações de direitos humanos. Durante a sentença foram detalhados diversos aspectos da participação da União Européia na forma como as empresas transnacionais atuam em outros países. O documento formulou ainda algumas propostas à União Européia para que esta não mais compactue com violações de direitos humanos.


Leia a sentença em nosso site, acesse: www.terradedireitos.org.br


Empresas transnacionais no banco dos réus

A condenação do Tribunal Permanente dos Povos é ética, moral, popular e política. A iniciativa, do Grupo Enlazando Alternativas, não tem caráter vinculante e impositivo. Contudo, isso não exclui a possibilidade de realizar litígios em tribunais nacionais e internacionais. Nesse sentido, foram discutidas forma viáveis de condenação das empresas nos tribunais nacionais e internacionais.

Juan Hernandes, estudioso do tema, disse que há um grande descompasso na legislação sobre responsabilização de empresas por violações de direitos humanos e as normas que regulam o mercado. Em âmbito nacional e internacional, as normas de mercado (leis de patente, comércio e outras) são duras, têm mecanismos de imposição e garantem os interesses econômicos das empresas. Por outro lado quase não existem leis, sobretudo internacionais, que possam responsabilizar as empresas, as leis são brandas, facultativas às empresas e sem mecanismos de exigibilidade.

Mesmo tendo todas essas dificuldades, em alguns casos é possível judicializar casos, em âmbito internacional ou nacional, contra as transnacionais. Esse é o tema da publicação feita pela Terra de Direitos, intitulada “Empresas Transnacionais no Banco dos Réus: Violações de Direitos Humanos e Possibilidades de Reparação”.


O trabalho tem como objetivo expor as principais questões do tema e servir de ferramenta básica para que movimentos sociais e advogados possam analisar as possibilidades de fazer litígios contra empresas transnacionais. Em linguagem acessível e com sistematização de conteúdos, o trabalho aborda questões conceituais, preparatórias dos litígios, além de examinar alguns instrumentos e mecanismos como o ATCA dos EUA, mecanismos na ONU e OIT.


Leia o trabalho na íntegra, clicando aqui.

Lula é eleito o líder mais influente de 2010 pela “Time”

quinta-feira, abril 29th, 2010
Presidente Lula, símbolo da superação do Brasileiro. De metalúrgico a líder mais influente do mundo.

Presidente Lula, símbolo da superação do Brasileiro. De metalúrgico a líder mais influente do mundo.

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Em 2009, o presidente brasileiro Luis Inacio Lula da Silva havia sido escolhido “Homem do Ano”, pelo jornal francês Le Monde, agora a revista Times confere ao presidente o título de “líder mais influente do mundo em 2010”.

Um sonho brasileiro, um ícone mundial

Do jornal: Folha de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela revista “Time” o líder mais influente do mundo em 2010. É a primeira vez que um brasileiro lidera essa lista. A sétima edição da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo foi divulgada hoje pela revista.

A lista da “Times” é dividida em quatro categorias: líderes, heróis, artistas e pensadores. Lula lidera o ranking dos 25 líderes mais influentes do mundo.

Veja abaixo a lista dos 25 líderes mais influentes de 2010, segundo a “Time”:

  1. Luiz Inácio Lula da Silva
  2. J.T. Wang
  3. Mike Mullen
  4. Barack Obama
  5. Ron Bloom
  6. Yukio Hatoyama
  7. Dominique Strauss-Kahn
  8. Nancy Pelosi
  9. Sarah Palin
  10. Salam Fayyad
  11. Jon Kyl
  12. Glenn Beck
  13. Annise Parker
  14. Tidjane Thiam
  15. Jenny Beth Martin
  16. Christine Lagarde
  17. Tayyip Erdogan
  18. Stanley McChrystal
  19. Manmohan Singh
  20. Bo Xilai
  21. Mark Carney
  22. Carol Keehan
  23. Khalifa bin Zayed al-Nahyan
  24. Robin Li
  25. Scott Brown

Amorim diz que eleição de Lula como o mais influente não é surpresa


De: FÁBIO AMATO e SIMONE IGLESIAS da Sucursal de Brasília da Folha de São Paulo

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta-feira que não ficou surpreso com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o líder mais influente do mundo em 2010, feita pela revista norte-americana Time.

“Mas para vocês [a eleição de Lula] é alguma surpresa?”, perguntou Amorim a jornalistas após encontro com o presidente.

Questionado sobre o fato de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter ficado em quarto lugar no ranking da revista, o ministro disse em tom de brincadeira: “Poxa vida, que tristeza.”

Perguntado se a eleição fortalece a escolha de Lula para ocupar cargo na ONU (Organizações das Nações Unidas) no futuro, Amorim disse que “o presidente Lula é muito maior do que qualquer um desses postos”.

Lula é o primeiro brasileiro a liderar a lista da Time, que está em sua sétima edição, e enumera as 100 pessoas mais influentes do mundo.

Orgulho

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), comemorou ainda o fato de o presidente Lula ter sido eleito o líder mais influente do mundo em 2010 pela revista “Time”. Disse que os brasileiros precisam se orgulhar disso. “O Brasil ganhou importância política e econômica no exterior. É um motivo de comemoração.”

Arquivo 2009:

COPEL corre risco de privatização

domingo, abril 4th, 2010

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COPEL corre risco de privatização

02 de Abril de 2010

Companhia Paranaense de Energia Elétrica

No Paraná durante o Governo Lerner (1994-2002) ações da Companhia Paranaense de Energia – COPEL – pertencentes ao Estado do Paraná, serviram como garantia dm empréstimo realizado junto a União com o objetivo de ‘sanear‘ (tsc) as contas do Banco do Estado do Paraná – Banestado – para então vendê-lo em leilão. Posteriormente os ativos foram vendidos ao banco Itaú.

Durante o governo Requião, tal dívida não foi paga e, agora, a COPEL pode ir parar nas mãos do Itaú. O tema preocupa Orlando Pessuti, que em seu primeiro dia como Governador do Paraná, procurou o senador Osmar Dias para buscar saídas para o assunto.

texto publicado por Celso Nascimento na Gazeta do Povo

Orlando Pessuti recebeu o cargo de governador no fim da tarde de quinta-feira, 01 de Abril de 2010. O dia seguinte, feriado de Sexta-Feira Santa, já foi de trabalho: logo de manhã chamou à sua casa o senador Osmar Dias para uma longa conversa, que de política sucessória, embora ambos sejam candidatos, não teve quase nada – ou teve muito, não se sabe.

O tema que dominou o encontro, que durou das 9h às 11h30 com direito a apenas um cafezinho, foi administrativo e não político. Ambos combinaram uma ação conjunta para dar solução rápida, final e definitiva a um problema sobre o qual o ex-governador Roberto Requião discursou muito durante sete anos e fez quase nada, deixando para seu sucessor, em tamanho maior, a herança que recebeu do governo Jaime Lerner.

Trata-se do polêmico caso dos títulos públicos de estados e municípios que o Paraná adquiriu durante o processo de saneamento do Banestado e que, com a privatização do banco, ficaram com o comprador, o banco Itaú.

O Itaú cobra a quitação dos títulos, mas nada em mar de tranquilidade, pois, se o Paraná não pagar, pode fazer valer o que reza o contrato. E o contrato reza que, neste caso, ações da Copel, dadas em garantia, serão transferidas para o banco, que assume o controle da companhia estatal de energia. Isto é, a Copel corre o risco de ser privatizada!

A tragédia não termina aí. Puxemos a história: tudo começou em 1998 quando uma resolução do Senado permitiu ao governo paranaense que contraísse empréstimo de R$ 5,5 bilhões com o Tesouro da União para sanear o Banestado e colocá-lo à venda. Desde então, o governo paranaense já pagou R$ 7,5 bilhões mas ainda deve R$ 9,1 bilhões até 2029. Por que a dívida cresceu tanto? Porque Requião se negou a pagá-la e, ao assim proceder, o índice de correção mudou do IGP-DI para a taxa Selic, conforme rezam as normas.

Com isso, os repasses constitucionais do governo federal para o estado passaram a sofrer descontos maiores. Todos os meses, a União retém R$ 62 milhões do dinheiro que pertence ao Paraná. E ainda cobra R$ 6 milhões mensais de multa pela inadimplência. Total: R$ 68 milhões todos os meses – o equivalente, mais ou menos, a 3 mil casas populares.

Toda essa história serve para dizer duas coisas. A primeira: que a não solução do problema inviabiliza o bom desempenho de governos futuros. A segunda: que Orlando Pessuti, ao convidar Osmar Dias para conversar sobre o assunto, dá a primeira demonstração de que pretende fazer um governo em estilo bem diferente do de seu antecessor. Que prefere o diálogo com correntes variadas da política (inclusive com adversários) para alcançar resultados práticos.

É de Osmar Dias um projeto que anula a resolução do Senado de 1998 que gerou a pendenga toda. Esse projeto encontra-se na Comissão de Constituição de Justiça do Senado desde o ano passado. Se aprovado – e para isto basta o presidente Lula querer – o Paraná se livra da dívida. Requião berrou bastante na “escolinha” – mas não moveu palhas suficientes para que o projeto fosse aprovado.

Pessuti não quer agir assim; quer ajudar na aprovação. Por isso, chamou Osmar para conversar e para dar início à ação conjunta. Politicamente, isto pode significar, por exemplo, que os dois poderão agir juntos também no segundo turno das próximas eleições.

Lula: O Brasil no Oriente Médio

sábado, março 13th, 2010

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O Brasil hoje é chamado a atuar internacionalmente

Para compreender a importância da agenda internacional do Brasil e a ação de nossa política externa no conflito entre Israel e Palestina, trago aqui três reportagens sobre a viagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio.

A viagem marca a presença da política externa  brasileira no conflito de maior destaque mundial. O Brasil com Lula empenha-se para imprimir uma agenda de diálogo e negociação justa no mundo. Para isso atua em diversas frentes no intuito de colocar ‘na mesma mesa‘ Israel e a Palestina (ou o mundo Islâmico). Para isso o presidente brasileiro usa do comércio, política e até mesmo do esporte.

O Brasil amplia sua presença comercial e cultural na comunidade  internacional enquanto na política trabalha para garantir assento fixo no Conselho de Segurança da ONU.

As reportagens a seguir foram extraídas da agência francesa EFE, da inglesa BBC e da Al-Jazeera, do Qatar.

Lula defenderá criação de Estado palestino em visita a Israel, diz porta-voz

da Efe, em Brasília | 11/03/2010 – 20h24

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmará na próxima segunda-feira (15), durante viagem a Israel, sua posição a favor do diálogo com o Irã e da criação de um Estado palestino, informou nesta quinta-feira seu porta-voz, Marcelo Baumbach.

Lula chegará no domingo à noite a Jerusalém, primeira escala de uma viagem que também inclui visita aos territórios palestinos e à Jordânia. Ele deve oferecer novamente a ajuda do Brasil nos esforços por diálogo de paz no Oriente Médio.

O porta-voz declarou que a viagem de Lula coroará “o processo de aproximação com o Oriente Médio” iniciado pelo Brasil há mais de cinco anos com o objetivo de se transformar em “um agente” nas negociações para a pacificação da região.

Segundo Baumbach, Lula também expressará as críticas do Brasil à intenção de Israel de expandir seus assentamentos em Jerusalém Oriental, anunciada nesta quarta-feira e imediatamente condenada pela comunidade internacional.

Na segunda-feira, em Jerusalém, Lula se encontrará com o presidente israelense, Shimon Peres, receberá políticos da oposição e personalidades da sociedade civil.

Ele também deverá participar de uma sessão especial do Parlamento e se reunir com o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

Na terça-feira, Lula visitará o Museu do Holocausto, plantará uma árvore no Bosque de Jerusalém e conhecerá a Universidade Hebraica, para depois seguir rumo a Belém, onde será recebido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Abbas anunciou que desistiu de iniciar negociações indiretas com Israel, depois do anúncio israelense da construção de mais 1.600 casas em Ramat Shlomo, bairro de colonização habitado por judeus ultraortodoxos na área oriental de Jerusalém, que tem população majoritária de árabes e foi anexado por Israel em 1967.

No dia seguinte, o presidente irá a Ramala, onde conhecerá uma escola que funciona com cooperação do Brasil, e colocará uma oferenda de flores no mausoléu de Yasser Arafat, em companhia de Abbas.

Em suas reuniões com o presidente da ANP, Lula aproveitará para discutir os preparativos para a primeira Conferência Econômica da Diáspora Palestina, que será realizada no Brasil em julho deste ano.

Jordânia

De Ramala, Lula viajará para Amã, onde na própria quarta-feira será recebido pelo rei da Jordânia, Abdullah 2º, a quem considera um “interlocutor privilegiado” no conflito do Oriente Médio, disse Baumbach.

Na quinta-feira, antes de retornar ao Brasil, Lula se reunirá com o primeiro-ministro jordaniano, Samir Rifai, e assistirá ao encerramento de um encontro de empresários de ambos os países.

O porta-voz explicou que Lula também tinha a intenção de fazer uma visita à cidade histórica de Petra, mas cancelou os planos por questões de agenda e segurança.

Fonte:  EFE \ Folha

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Lula urges Israel settlement freeze

By Gabriel Elizondo in  on November 16th, 2009 | Al-Jazeera

Abbas e Lula

Palestine Leader, Abbas and brazilian president Lula da Silva

Abbas, left, urged Silva, right, to play a greater role in Israeli-Palestinian peace efforts [REUTERS]

Brazil’s president has called for an immediate end to Israeli settlement construction on Palestinian territory, following a meeting with his visiting Palestinian counterpart.

Luiz Inacio Lula da Silva made the comment on Friday in the north eastern city of Salvador after talks with Mahmoud Abbas, who is in Brazil on his first stop of a tour through Latin America.

“The expansion of West Bank settlements must be frozen,” Lula said.

“The borders of the future Palestinian state should be preserved, and freedom of movement needs to be guaranteed in the occupied territories.”

Stalled peace efforts

Israel approved the construction of 900 housing units in occupied East Jerusalem earlier this week, calling it part of a “routine building programme”.

The Palestinians say the settlement issue is central to efforts to restart stalled peace talks, and it has demanded that all construction is halted before they resume talks.

The Brazilian president pledged on Friday to help Abbas re-launch the stalled talks, saying the peace process would “benefit from the contribution of countries other than those traditionally involved” in negotiation efforts.

“From the smallest country in the world to the world’s largest country, among their priorities should be peace negotiations in the Middle East,” he said.

Abbas said he appreciated Brazil’s efforts to get involved in the process, but urged Lula to play a greater role in international peace efforts.

“With respect to you, President Lula, we would like you to have a role, and you’re ready for it,” Abbas said.

“We want you to play a role, which you have welcomed, and we welcome you playing a role like this, because we need you and your support and help.”

Abbas is also scheduled to travel to Argentina and Chile during his tour of the region.

Brazil as Middle East peace broker?

By Gabriel Elizondo in  on November 16th, 2009 | Al-Jazeera

Photo by Reuters

There are some interesting diplomatic dynamics from Brazil in relation to the Middle East, the Israeli-Palestinian conflict, and relations between Iran and the United States.

Consider these travel schedules:

ISRAEL: President Shimon Peres visited Brazil last week – Nov. 10 through 15 – making stops in Brasilia, Sao Paulo and Rio de Janeiro. Peres’ visit marked the first time an Israeli head of state visited Brazil since Zalman Shazar did so in July 1966. (The visit barely registered on international radar screens, or in Brazil for that matter, as on Peres’ first night in Brazil the country saw a nationwide power outage that cut electricity to nearly 90 million people.)

Nevertheless, Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva met with Peres in Brasila. Afterwards the foreign ministry sent out a press release trumpeting the fact both countries signed a cinematography co-production agreement.

Not exactly the stuff of dramatic ‘war versus peace’ diplomacy. But Peres and Lula likely talked about a lot more than Hollywood or Bollywood. They presumably spoke about Brazil’s potential role in peace in the Middle East.

“I understand (President Lula) introduced a program called ‘Lights for All.’…Therefore, Mr. President, come and turn on the lights in the Middle East.” – Israel’s President Shimon Peres addressing  his Brazilian counterpart, Luiz Inacio Lula da Silva, during a joint press conference in Brazil.

PALESTINIAN AUTHORITY: Palestinian President Mahmoud Abbas is coming to Brazil to meet with Lula in the Brazilian city of Salvador this Friday (Nov 20).

And two days later…

IRAN: Iran’s President Mahmoud Ahmadinejad lands in Brazil for meetings with Lula on 23 of November.

This means that in the span of 13 days Peres, Abbas, and Ahmadinejad will have all come to Brazil to meet with Lula.

Let me say that again: Peres. Abbas. Ahmadinejad. All coming to Brazil in the span of about 2 weeks to meet with Lula. It strikes me as incredible on so many levels. So let’s take a closer look at what’s going on here.

Brazil as intermediary? The headline in Sunday’s O Estado de S. Paulo newspaper read “Brazil intends to intermediate dialogue between Tehran and Washington.” That might say it all.

Brazil appears to possibly want to actively offer itself up as a diplomatic intermediary, triangulating between Israel, the Palestinians and Iran. That is a big job, usually reserved for the heavyweights of the diplomatic world. And Tel Aviv, Tehran and Ramallah might as well be on another planet when it comes to Brazil’s traditional sphere of diplomatic influence. Maybe not anymore.

Something in the works? Nobody is pretending the recent talks were, or plan to be, particularly substantive (nothing against the fine folks who probably worked very hard to put together that cinematography co-production agreement). Nobody is suggesting there was or will be any immediate, official, and binding mediation going on here between anybody.

But my hunch is that all parties involved are looking each other up and down to assess if Brazil can be trusted as a possible go-between on issues big or small. And perhaps, maybe, Lula will use all these meetings as an opportunity to answer the question if he wants to get himself deeply involved.

The Obama factor? There is strong speculation in Brazil that Obama’s first trip to South America as president will be to Brazil. And there is little doubt Obama looks to Brazil as the rising power that it rightfully has become.

The U.S. president has nominated the State Department’s top Latin America diplomat, Thomas Shannon, to become the American ambassador to Brazil. It was a move that reportedly thrilled Lula and the Brazilian diplomatic corp as a sign that Brazil was #1 on Obama’s South America agenda. And between Obama and Lula, there seems to be strong personal and genuine admiration between the two men.

So when Peres, Abbas and Ahmadinejad talk to Lula, they know they are speaking to a man who can call the White House and probably have the President pick up the phone in a hurry.

What’s it all mean? There are a lot of diplomatic undercurrents swirling right below the surface. Given all the above, you can connect the dots anyway you wish and come up with your own conclusions. But Brazil is, at minimum, expanding the sphere of countries it engages diplomatically, and maybe even going much, much further and jumping into a whole new realm of diplomacy as the Switzerland of South America.

Easy for Brazil when it comes to places like Honduras. But when it comes to the Middle East and U.S.-Iran relations, well, this isn’t Tegucigalpa folks. Is this the right strategy for Brazil and could it work? Or is it a futile effort from a country like Brazil – entering the heavyweight fighting class of Middle East diplomacy and now punching above its weight class?

Fonte: Al-Jazeera

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Palestinos elogiam decisão de Lula de pernoitar em Belém

O Muro de Belém

Para palestinos, em Belém Lula poderá ver muro que os separa de Israel

Palestinos ouvidos pela BBC Brasil nesta quarta-feira elogiaram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de passar uma noite na cidade de Belém, na Cisjordânia, durante sua visita ao Oriente Médio, prevista para ter inicio no dia 14 deste mês.

A decisão do presidente brasileiro de não seguir o protocolo habitual de chefes de Estado, que quando visitam o Oriente Médio costumam pernoitar em hotéis em Jerusalém e visitam os territórios palestinos por apenas algumas horas, é vista pelos palestinos como um “gesto de solidariedade”.

De acordo com o deputado Faez Saqqa, ex-representante da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) na América Latina e um dos líderes do partido Fatah, a liderança palestina quer mostrar a Lula a vida “sob a ocupação israelense”.

“Em Belém, Lula poderá ver de perto o muro que Israel construiu na Cisjordânia, que divide a cidade em duas partes. Ele também poderá observar, da janela do hotel onde ficará hospedado, os campos de refugiados palestinos e os assentamentos israelenses”, disse Saqqa, que participa da organização da agenda da visita.

Divisão simétrica

O fato de Lula ter optado por passar um dia e meio em Israel e um dia e meio na Cisjordânia está sendo interpretado pelos palestinos como um sinal de que o Brasil poderia vir a ser um “mediador honesto” na resolução do conflito.

Já do ponto de vista de Israel, a visita de Lula será “um pouco curta”.

“Visitas de chefes de Estado do nível do presidente Lula geralmente têm a duração de três dias”, disse à BBC Brasil a embaixadora Dorit Shavit, diretora do departamento de América Latina do ministério das Relações Exteriores de Israel.

“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém não nos surpreende, pois em seu discurso ele sempre cria a simetria”, acrescentou a embaixadora israelense.

Shavit disse ainda que o país “está muito contente com a perspectiva da visita, pois está ciente da importância do Brasil e tem interesse de estreitar as relações entre os dois países”.

Segundo as autoridades israelenses, os compromissos do presidente brasileiro durante o dia e meio que ele vai passar em Israel ainda não estão totalmente definidos e, em vista do tempo curto da visita, provavelmente alguns dos planos originais terão que ser cancelados.

Ocupação

Do lado palestino, a agenda de Lula parece já estar acertada.

Em vez de se reunir com o presidente brasileiro em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, como é feito habitualmente, o presidente palestino Mahmoud Abbas decidiu que as reuniões politicas serão realizadas na cidade de Belém.

Segundo o deputado Faez Saqqa, a razão da decisão é mostrar ao presidente Lula “como é a vida dos palestinos sob a ocupação israelense”.

Saqqa também disse que o povo palestino “aprecia altamente o papel do presidente Lula e sua visão sobre o conflito no Oriente Médio”.

“A decisão do presidente Lula de pernoitar em Belém é um sinal de sua solidariedade evidente com a causa palestina”, acrescentou.

Integrantes do departamento de negociações da OLP, que pediram para não ter seus nomes identificados, também afirmaram ver como positiva a presença de Lula em Belém.

“O próprio fato de que o presidente brasileiro irá pernoitar em uma cidade palestina passa uma mensagem muito forte para o mundo, de que apesar de todas as nossas dificuldades decorrentes da ocupação israelense somos capazes de receber uma visita desse nível”, disse um integrante do departamento à BBC Brasil.

O funcionário também disse esperar que a visita de Lula a Belém incentive turistas estrangeiros a visitar a cidade, “pois demonstrará que Belém é um lugar seguro”.

Fonte: BBC Brasil

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O Sionismo e a América Latina

terça-feira, janeiro 19th, 2010

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O Sionismo e a América Latina

De: Centro de Midia Independente

Sionismo e Terrorismo andam juntos

Sionismo e Terrorismo andam juntos

O Estado de Israel está buscando transformar a America Latina em plataforma para suas políticas de intervenção e limpeza étnica.

Além de assessoria militar a regimes golpistas e ditatoriais, o sionismo vem arregimentando a mídia da região. A recente visita do presidente da República Islãmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, foi uma prova disso. A chamada “grande imprensa” brasileira, praticamente uníssona criticou a visita e parlamentares de direita inclusive fizeram questão de tirar uma casquinha na onda da mídia.

Parecem ter seguido um script escrito por Tel Aviv. E, como dizia o célebre e saudoso jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”.

Nesta esclarecedora entrevista com Sergio Yahni, diretor do Centro de Informação Alternativa de Jerusalém, desvendamos a ação insidiosa dos agentes do sionismo no continente. E o perigo que ela representa para a soberania das nações latino-americanas, para o direito dos povos e as liberdades democráticas. A entrevista foi feita por Catherine Hernandez, William Urbina e Bashir Ahmed, da Rádio Guiniguada.

PerguntaO golpe em Honduras e a instalação de sete novas bases militares norteamericanas na Colômbia evidenciam uma escalada de agressões contra os processos de libertação que estão ocorrendo na América Latina. Como você interpreta essa situação?

Sergio Yahni: O Centro de Informação Alternativa, que é uma organização palestino israelense, se solidariza com os povos da América Latina em sua luta, e também vemos em sua evolução social e política um lugar de esperança não só para a América Latina, mas também para nós, já que o conflito na América Latina contra o Império e o conflito que está ocorrendo no Oriente Médio estão estruturalmente relacionados.

Não se trata apenas de métodos violentos, mas também de métodos que já haviam sido experimentados aqui no Oriente Médio pela ocupação. Então por isso eu digo que nós estamos falando de uma relação estrutural, tanto pela opressão imperialista militar, quanto pela resistência, não é uma mera relação causal.

O que acontece é que a ocupação da Palestina e os conflitos causados pelas forças armadas de Israel tornaram-se um laboratório para experiências em tecnologias militares e táticas que mais tarde também se implementam na América Latina, por exemplo, as mesmas tecnologias de armas sem pessoas, aviões sem pessoas, tanques sem pessoas, e assim por diante, que o Império começa a utilizar na América Latina e são utilizados e experimentados aqui no Oriente Médio, especialmente na Faixa de Gaza contra o povo palestino; esse é um elemento.

O outro elemento é que o exército de Israel e as empresas privadas criadas por generais e coronéis israelenses já intervêm diretamente na América Latina auxiliando a repressão, tanto como instrutores (dando treinamento militar) ou mesmo atuando diretamente.

P: Pelo menos há dois anos sabe-se que os líderes sionistas exportam seu modelo macabro para a Colômbia (Plano Colômbia), mas agora esta presença é descoberta e essa informação é tratada com mais força por causa do que está ocorrendo em Honduras. Que visão vocês têm sobre esse assunto?

SY: Já vimos claramente essa relação na operação que assassinou Raúl Reyes. Vimos que era uma tática clássica do exército israelense a operação militar na Colômbia que assassinou Reyes e, em seguida, toda a propaganda do famoso computador de Reyes. Foram táticas utilizadas aqui anteriormente, e vinham com a assinatura do exército israelense.

Aparentemente, os assassinos de Reyes foram treinados por oficiais israelenses que não foram responsáveis pela operação em si, e também é claro o contato direto do comerciante de armas do exército de Israel, tanto com os paramilitares na Colômbia, como com o governo da Colômbia, não poderia se nomeado: o coronel Yair Klein, que já é um histórico vendedor de armas, principalmente para os paramilitares na Colômbia.

O grande assunto no momento é a situação de Honduras, onde há uma antiga intervenção israelense na América Central, com a presença de oficiais israelenses ativos ou aposentados, que vem da época da revolução nicaragüense, onde havia um coronel israelense, juntamente com Somoza.

Sabemos agora das armas israelenses em Honduras, sabemos que Israel está treinando o exército hondurenho, mas também devemos ter em mente que estamos falando de questões secretas, que nenhum jornal publicou, e por isso sequer estamos tendo o princípio da informação.

P: Que informações vocês têm sobre o papel que jogam estas “empresas de segurança” israelenses com os EUA e a estratégia do governo de Israel?

SY: Existem diferentes níveis que haveríamos de analisar. O primeiro é de nos perguntarmos porque é uma empresa privada, e não diretamente o Estado, e isso tem muito a ver com uma política de ideologia neoliberal, que envolve a privatização de tudo. Temos visto que os bens sociais foram privatizados na América Latina e em todo o mundo, e o último bem social que privatizaram, e isso é latente na guerra do Iraque, são os exércitos.

Estamos em um processo no qual, para o capitalismo e o imperialismo, sai mais barato empregar forças de segurança privadas, do que um exército nacional. Por isso Israel, que está na vanguarda do neoliberalismo, adotou a tática de privatizar a
exportação de tecnologias militares.

Voltando ao caso da Colômbia, que é onde temos mais informações, sabemos que a empresa privada que treinou o exército colombiano para matar Reyes recebeu 10 milhões de dólares para essa operação, e eu estou falando sobre o material que já foi publicado em Israel.

Inicialmente, a Colômbia tinha vindo ao serviço secreto de Israel, o Mossad, para pedir ajuda, e lhes deram o contato com empresas privadas, de pessoas que também fazem esses serviços para o Mossad. Este é o primeiro elemento que devemos levar em conta, estamos falando de um sistema complexo onde a ideologia neoliberal está intervindo.

O segundo elemento é que Israel historicamente – e quando eu digo que historicamente poderíamos voltar para os anos 60, e especialmente para os 70 – é um fornecedor de trabalhos sujos para os EUA. Por razões políticas e outras, há coisas que os EUA não podem fazer, e é aí que começa o papel de Israel, subempreiteiro, e vimos isso em tudo o que conhecemos como América Latina, África e Ásia, onde o Estado de Israel, como um Estado em primeiro lugar, e mais tarde como empresas privadas, tem feito o trabalho sujo.

Quando Somoza era indefensável estavam lá os israelenses para defendê-lo. Em casos como quando havia que dar apoio militar a grupos paramilitares na Colômbia, ali estavam as empresas israelenses para vender armas, pois era algo que os EUA por suas próprias razões e interesses não podiam fazer. Israel aparece como um sub-contratante que trabalha para os EUA.

Agora, temos que levar em conta que devemos olhar as coisas de uma perspectiva de resistência. Perceber que existem contradições e depois ver como podemos usar essas contradições. Porque se Israel é uma empresa subcontratada, dependente dos trabalhos que lhe incubem os EUA, ela também tem seus próprios interesses, e que em muitos casos, vemos que Israel tenta vender armas e treinamento além dos limites que os EUA já tinham delimitado.

Por isso temos que usar duas coisas a partir da perspectiva da resistência:

1) Utilizar essa contradição;

2) No caso de Israel, que está fazendo o trabalho sujo, é muito importante continuar as campanhas de boicote, em especial com a questão da venda de armas israelenses na América Latina. Porque, por exemplo, é inadmissível que estas empresas de segurança, que estão matando pessoas na América Central, ou fazem parte do paramilitarismo na Colômbia, recebam contratos nacionais com o Brasil ou a Argentina. Por isso devemos começar a mobilizar as pessoas para expulsar as forças de segurança de Israel.

P: Em relação à Venezuela, é pautada por Dani Ayalón (ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel) uma base iraniana na América Latina. Qual é a visão que você tem da Venezuela a partir da perspectiva da resistência?

SY: O Estado de Israel vê a Venezuela como parte do eixo do mal, simplesmente. Israel tem seu interesse concreto no Oriente Médio, e está em desacordo com o Irã, porque o Irã tornou-se uma base de resistência ao imperialismo na região, que não é um estado pequeno, é um Estado com capacidade militar para opor-se ao que Israel faz; poderia pôr em perigo a Israel, e é por isso que Israel está tentando isolar o Irã, mas a
Venezuela rompe o isolamento do Irã e assim se torna um inimigo das políticas de Israel, porque a Venezuela não é apenas a Venezuela: é a Alba, são as relações com a América Latina, e também com o Brasil; e o Brasil mantém relações com o Irã, e isso quebra a estratégia de Israel de isolar o Irã.

veja também:

– O Sionismo e o Brasil: parceiros?
Fotos do infanticídio cometido pelos invasores sionistas