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Lula e o Brasil mostram que a política unilateral que, frequentemente, enuncia o “Ocidente versus algo”, não pode incluir um país soberano como o Brasil.
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“Atravessamos juntos os anos difíceis de hegemonia do pensamento único. Éramos uma das poucas vozes dissonantes do projeto conservador defendido pelos seguidores do consenso de Washington. Nunca evitamos a defesa de um mundo mais democrático onde todas as vozes pudessem ser ouvidas. A crise em que está hoje mergulhada a economia mundial, sobretudo nos países desenvolvidos, mostra que nossos diagnósticos de anos atrás eram basicamente corretos.”
Lula disse que num passado recente, “começamos a ouvir vozes que afirmavam que outro mundo era possível”. E emendou: “Hoje temos claro que um outro mundo é necessário”.
– A Política Externa á la Bush, de Obama leva um nocaute com os resultados dos esforços diplomáticos brasileiros, enfatizando a negociação e o respeito ao invés da pressão e da violência.
Abaixo, um Obamis que combina com esse momento.
Do site: www.ufunk.net
Antes de acordo, Obama disse a Lula que tratado nuclear com Irã criaria confiança
da Reuters, em Brasília
Menos de duas semanas antes do acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em uma carta ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que o acerto da troca de combustível nuclear com Irã criaria confiança no mundo. Um dia após o acordo, os EUA receberam com ceticismo o acordo, contrariaram os pedidos brasileiros e apresentaram uma resolução por sanções ao Irã na ONU.
A agência de notícias Reuters recebeu trechos do documento, enviado há 15 dias. Nela, Obama retoma os termos do acordo que o Grupo de Viena havia proposto no ano passado, cujos principais elementos constam no acerto entre Brasil, Turquia e Irã –como o próprio Lula ressaltou.
“Do nosso ponto de vista, uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano” de urânio levemente enriquecido, diz Obama.
“Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)”, acrescentou o presidente dos EUA.
“O Irã continua a rejeitar a proposta da AIEA e insiste em reter seu urânio de baixo enriquecimento em seu próprio território até a entrega do combustível nuclear”, afirmou Obama na carta.
O Brasil, que mediou com a Turquia o acordo com o Irã, alega que a carta de Obama inspirou a maioria dos pontos da Declaração de Teerã, por meio da qual o Irã concorda em depositar os 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% na Turquia. Em troca, o país receberia 120 quilos de combustível para um reator de pesquisas médicas localizado na capital iraniana.
Após o anúncio do acordo, no entanto, os Estados Unidos anunciaram que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China, Rússia) concordaram com um esboço de resolução contendo novas sanções à República Islâmica, por seu programa nuclear.
Os EUA disseram que o Irã apenas assinou o acordo para evitar as sanções e ressaltaram que as sanções só seriam canceladas se o país provasse os fins pacíficos de seu programa nuclear e interrompesse de vez o enriquecimento de urânio a 20%.
Segundo a Declaração de Teerã, O Irã se compromete a notificar à AIEA, por escrito, por meio dos canais oficiais, sua concordância com os termos do acordo em até sete dias a contar da data do documento. Esse prazo se expira na próxima segunda-feira.
Após o anúncio do acordo mediado por Brasil e Turquia na segunda-feira, autoridades iranianas afirmaram que o país manterá suas atividades de enriquecimento de urânio, ao que Estados Unidos e outras potências ocidentais se opõem.
O Ocidente suspeita que o programa nuclear iraniano tem o objetivo de construir armas nucleares, mas Teerã afirma que seu fim é a geração de eletricidade para fins pacíficos.
Obama manifestava, ainda na carta, preocupação com a possibilidade de o Irã acumular, no prazo de um ano, estoque necessário para construir “duas ou três armas nucleares”.
“Para iniciar um processo diplomático construtivo, o Irã precisa transmitir à AIEA um compromisso construtivo de engajamento, através dos canais oficiais, algo que não foi feito até o momento. No meio tempo, insistiremos na aprovação de sanções.”